Pronto Atendimento

( Poesia Recitada - H011 )

Corre ambulância na estrada,

Num uivar tétrico da sirene.

Apostos, já estão na entrada:

Os seguranças e atendentes!

São vinte e quatro horas...

Correrias sem interrupção,

Pelo socorro aos de fora,

Em cada rosto: O Coração!

Na porta um: vais mais um...

Porta dois: parece um coro!

Essa injeção: Esse? valium...

Pra este? mantenham soro!

Treme todo, o paciente,

Está numa teia, alheio!

Têm que ser insistente;

O Médico, o enfermeiro!

Grita um outro, sua agonia,

Em jogo permanece a calma.

Não se pode podar Alegria,

Deixa tristeza em outra via,

Pra amenizar dores da alma!

Amanhã, vais ficar bom,

Sossegue... Descanse!...

Isto é o de melhor tom,

A quem padece em transe!

A Esperança fica perto,

Um Sorriso, já é a dose.

Pra quem está deserto,

E perto da que consome.

Emergência, é emergência...

Ecoa alto no alto-falante.

É um a mais na decadência,

Precisa da Paz constante!

O Coração que aos poucos pulsava,

Que aos poucos findava a viagem.

Sobre os cuidados já se encontrava,

Desobstruindo a tapada passagem.

Intermediários da Aurora,

Qual das venturas: a sorte!

Vigorando vidas sem horas,

isolando o carma da Morte!...

Gradativo, se abrem sentidos,

Acabam os momentos tétricos.

Graças! Carinhos desprendidos,

Alta, cada qual, pelos médicos!

Troca-se por novos lamentos,

Parece, assim, a Vida querer.

E assim recomeçam os atentos,

Rodízio, até a Morte vencer.

Está vendo, ali, minha filha!

Bem ali... Naquele hospital!

Filha! Ali é que transitam,

Deuses, que reativam Vidas!

Vencendo quem padece ao mal!

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 09/07/2023
Reeditado em 01/12/2023
Código do texto: T7833023
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