Tributo à Amy Winehouse

Quem poderá entender e tocar na tua dor secreta?

Tua voz ainda ressoa notas cheias de força e beleza,

Mas havia um oceano de agonias indiscretas

Que emanava da paixão do teu olhar cheio de realeza e pureza!

Sim, minha linda menina! Essa tristeza que tanto bebias

E que tanto derramavas em tão hipnóticas harmonias,

Mas eu grito o teu nome e escuto o teu honesto segredo

De tanto amar o que deveras no amor causa tanto medo.

Tua sede insaciável em ingerir as sensações abstratas e concretas

Que brotavam das melodias que vibram da morte e da vida

Jamais apagaram as chamas de teu insólito caminho e de tuas metas,

E sabias que ninguém tocaria as tuas incompreendidas feridas.

Cantaste as inúmeras paixões perdidas e os amores possíveis;

Bradaste os sentimentos humanos que as pessoas escondem.

Choraste as traições e os luares de tantos vínculos e noites terríveis,

Teu ébrio coração brioso musicou sóis que não somem.

As tatuagens das tuas lembranças, traumas e sonhos

Também choravam em teu corpo tão julgado em teus palcos.

Os vícios daquele amor que tornou teu ser sensível e tristonho

Não poderiam desintoxicar o teu coração melancólico e risonho.

Ah minha Amy! Só almas tão torturadas, isoladas e compreensivas

Sabem o que é afundar em si e ainda buscar se perdoar.

Minha amada amiga! Teu sol e teu vazio ecoavam de teu cantar:

Na tua voz que não temia mentiras e as tensões de se amar.

Minha Amy, permaneça com os teus olhos fechados!

Descansa no doce sono eterno que o fado te concedeu.

Dorme, minha errante estrela cantante: o mundo pouco te entendeu!

Os reluzentes poemas de tuas sinceras e simples canções

Neste mudo e frio universo, eternamente serão colhidos e semeados

Pelas mãos da Paixão para os que amam e cantam a vida de coração.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 23/07/2023
Reeditado em 23/07/2023
Código do texto: T7843676
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