TEMPO DA MORTE

Hoje é um dia muito estranho.

As pessoas visitam lápides, se lembram dos que morreram, prestam suas homenagens póstumas e entregam flores nos túmulos. Choram, rezam, conversam e acendem velas...

Em algumas culturas, vemos algumas diferenças, eles entendem a morte de um jeito muito diferente, não se lamentam, não choram, não entristecem. Eles agem como se fosse a morte, uma razão de celebração e de libertação daquele que se foi. Festejam o abandono do corpo físico e acreditam numa sequência para o que ocupava o corpo, agora morto, seja uma alma, um espírito, seja consciência ou luz...

Cada um tem sua forma de lidar com a morte. Alguns consideram uma perda, outros consideram um alívio, eu considero como uma passagem de um estágio pra outro... de uma etapa da existência pra outra... que causa dor emocional quem ficou e provavelmente em quem foi embora também...

Se eu pudesse descrever como eu exergo esse evento, talvez me chamassem de louca, ou que eu sou muito doida de imaginar desse jeito. Todos nós temos apego, desenvolvemos relações que geram sentimentos e emoções, firmamos laços e estabelecemos conexões.

Em alguns casos, o que sentimos é tão forte e tão profundo, que só de imaginar a vida sem estar perto desse alguém, nos faz sentir uma dor imensa...

Algumas pessoas se conformam com o tempo, superam o luto e seguem a vida...outras levam essa dor pela vida afora...

O LUTO é uma luta, pra quem fica.

O tic-tac do relógio marca o tempo da morte...

Todos os dias seguidos serão um tormento e um cenário desolador se instala na vida de quem ficou... quando o sentimento é muito forte, pode-se considerar que quem ficou também morreu um pouco, devagarinho a vida vai se ajeitando, mas a pessoa sofre diariamente e exaustivamente...não se acostuma, não aceita...

Definitivamente isso não faz bem. A mente entra numa espiral constante de negatividade e ocorre que o organismo se torna vulnerável, baixando a imunidade e favorecendo as doenças...

É como acelerar o passo na direção da morte, o que não é bom também.

Nesse dia estranho, dedicado aos que já receberam a visita da morte, eu convido cada leitor a visitar a vida... mas que não seja apenas hoje, que se torne um hábito.

Que isso faça as atitudes serem mais sinceras, que as sintonias positivas sejam ajustadas pra cada um se sentir melhor... restaurando a esperança em qualquer circunstância, trazendo alegria e felicidade...

Pelos que já foram, faça uma prece...eleve um pensamento de fé... agradeça por tudo que pôde vivenciar junto daquela pessoa enquanto ela esteve aqui...

E aos que ainda estão conosco, vamos nos conectar de uma maneira mais limpa, íntegra e sem falsidades, sem precisar de qualquer coisa ruim pairando sobre as relações. Se houver pontos de vista diferentes, que haja mais tolerância pra entender e respeitar as limitações de entendimento dos outros e de si mesmo...

O planeta está passando por modificações, exatamente nesse momento em que estamos aqui... façamos mais pelos que amamos...

A vida não é uma propriedade...ninguém é dono de nada... nos foi dada a oportunidade de viver... devemos ter a consciência desperta pra entender que essa é só uma parte de um caminho muito mais longo, que inevitavelmente vamos percorrer na jornada evolução... aqui o tempo é contado.

E morre a matéria, o que somos, que é pura energia, que se transforma e se transporta pra uma outra dimensão...

Sintam a serenidade do descanso eterno como uma viagem que todos faremos algum dia...

Enquanto esse dia não chega... sejamos o que nascemos, luz em forma de gente... que possamos ser mais humanos...

L!@

02 de Novembro de 2.023

Dia de Finados

Lia Rowlands
Enviado por Lia Rowlands em 02/11/2023
Código do texto: T7922782
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