AS AMAZONAS DOS DIAS ATUAIS: a cada 8 de março que se comemora, as barreiras do machismo ficam estremecidas

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Sabia que o dia 8 de março é dedica- do à mulher? Lógico que sim, né? Mas você sabe por que esse foi considerado o Dia Internacional da Mulher? Provavelmente não, mas vai saber agora.

No dia 8/3/1857, há 167 anos completos nesse mês de março de 2024, mulheres norte-americanas fizeram greve em uma fábrica de Nova York. Para reprimir a greve, policiais atearam fogo na fábrica, matando 129 operárias grevistas. Ao fazerem a greve, as mulheres exigiam a redução da jornada de trabalho para 10 horas por dia e o direito à licença- maternidade.

O dia 8 de março, portanto, é um marco na história de luta das mulheres por seus direitos como cidadãs e como profissionais.

O primeiro registro remete a 1910. Durante a II Conferência Internacional das Mulheres em Copenhague, na Dinamarca, Clara Zetkin, feminista marxista alemã, propôs que as trabalhadoras de todos os países organizassem um dia especial das mulheres, cujo primeiro objetivo seria promover o direito ao voto feminino. A reivindicação também inflamava feministas de outros países, como Estados Unidos e Reino Unido.

No ano seguinte, em 25 de março, ocorreu um incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York, que matou 146 trabalhadores -- incluindo 125 mulheres, em sua maioria mulheres imigrantes judias e italianas, entre 13 e 23 anos. A tragédia fez com que a luta das mulheres operárias estadunidenses, coordenada pelo histórico sindicato International Ladies' Garment Workers' Union (em português, União Internacional de Mulheres da Indústria Têxtil), crescesse ainda mais, em defesa de condições dignas de trabalho.

As russas soviéticas também tiveram um papel central no estabelecimento do 8 de março como data comemorativa e de lutas. Por “Pão e paz”, no dia 8 de março de 1917, no calendário ocidental, e 23 de fevereiro no calendário russo, mulheres tecelãs e mulheres familiares de soldados do exército tomaram as ruas de Petrogrado (hoje São Petersburgo). De fábrica em fábrica, elas convocaram o operariado russo contra a monarquia e pelo fim da participação da Rússia na I Guerra Mundial. Apesar da luta ter diversos cenários na história mundial, a data comemorativa do Dia Internacional da Mulher só foi oficializada pela Organização das Nações Unidas em 1975. Mas a origem da comemoração e a ideia de uma celebração internacional dedicada às mulheres surgiu mesmo em 1910, como uma proposta da dirigente socialista alemã Clara Zetkin.

O dia 8 de março é considerado feriado nacional em vários países, como a própria Rússia, onde as vendas nas floriculturas se multiplicam nos dias que antecedem a data, já que homens costumam presentear as mulheres com flores na ocasião.

Esse dia também e comemorado no Brasil, porém, na sociedade brasileira, apesar de ser a maioria da população, não é considerado feriado nacional. Sendo elas maior número, somente elas, elegeriam um presidente. Segundo pesquisas, elas correspondem a 52,65%, aptas a votar, enquanto os homens equivalem a 42,33% desse público votante. A corrente ideológica que subestimou a mulher por longos anos, décadas e séculos, hoje é obrigada a render-se à força do público feminino. Mas não se iludam, os defensores da corrente ideológica de cunho excludente e machista, colocou em pauta um velho dilema chamado misoginia, recentemente o debate ganhou força diante de algumas situações e falas absurdas contra a mulher. Porém, todo tipo de violência contra a mulher tem sua origem no modelo patriarcal português, e foram concebidas e herdadas do velho colonialismo e do coronelismo. Se no cenário político dominado por esse ranço a mulher tem penetrado, podemos dizer que, até se admite, mas eles ainda não se renderam completamente ao poder feminino. Ou seja: Admitem, por força de lei, pois seus partidos são obrigados a reservar 20% de suas cotas para as mulheres. Hoje elas podem exercer sua liberdade política, e se candidatarem a qualquer cargo em nível federal, estadual e municipal por conta da luta e da resistência feminina. A política de cotas pode não ser a saída ideal para dirimir a desigualdade política entre o publico feminino e o masculino, mas é fato que o machismo vem perdendo força, e, a cada medida política tomada pelo governo, o público feminino aumenta seu poder de participação, tanto no setor privado como na esfera pública. Apesar de não ser o ideal, é graças a essa política de cotas partidárias que vem a participação da mulher vem aumentando e ganhando espaço. Hoje já se tem notícia da existência de uma bancada feminina no Congresso Federal. E elas ganham força! Depois de sancionada a Lei de Igualdade Salarial, muito mais terão que se comemorar nesse 8 de Marco. Segundo o Senado Notícias, a Lei foi Sancionada pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (4), todo empresariado brasileiro terá que pagar uma remuneração igual a que é paga ao operário masculino. A Lei 14.611, de 2023 teve origem no PL 1.085/2023, de iniciativa do Poder Executivo, e foi aprovado pelo Senado em 1º de junho. A lei estabelece a obrigatoriedade de igualdade salarial entre mulheres e homens. O não cumprimento da lei acarretará em multa ao empresário. Essa é mais uma conquista da luta das mulheres, além de outras que virão.

Como foi dito acima, hoje elas são a maioria no país, e estão em todos os lugares, desempenham variados papéis na sociedade, daí a importância cada vez maior de reconhece-las como protagonistas em todos os momentos da nossa história.

Assim como muitos homens, hoje elas trabalham no campo, nas fábricas, nas escolas e nos hospitais, em escritórios e órgãos públicos, são comerciantes ou industriais, empregadas ou empresárias, caminhoneiras, operadoras, condutoras de transportes coletivos. Operária, mecânica, diarista, pedagoga, gestora, empreendedora, parlamentar. Enfim, a mulher ocupa múltiplas funções em nossa sociedade hoje, porém, fazendo o mesmo serviço do homem, uma operária sempre ganhou 20% a menos no mercado de trabalho, exceto em algumas profissões, por isso a nova lei sancionada recentemente, representa sim, um avanço para as mulheres.

A lenda das Amazonas: já ouviu falar?

Conta-se que na Grécia Antiga havia um grupo de mulheres habitavam a Ilha de Lesbos, terra do poeta Safos: eram as Amazonas!

Essas mulheres eram guerreiras, e viviam em uma sociedade única, elas ficaram conhecidas pelas habilidades com arco e flecha, e de acordo com a mitologia, essas guerreiras montadas a cavalo, lutavam contra os homens que tentavam submetê-las. De acordo com a lenda, essas Amazonas mutilavam um dos seios para manejar o arco e a flecha. Mas o

que o mito das Amazonas: o que ensina?

O mito das Amazonas simbolizam as mulheres que ao longo do tempo lutam para derrubar preconceitos, não se rendendo à submissão e à violência masculina; representa as mulheres que não aceitam o tradicional papel doméstico historicamente imposto à figura feminina, e mais do que isso, elas representa as mulheres engajadas, ativistas em todos os tempos. As Amazonas simbolizam as mulheres engajadas contra a violência doméstica!

As mulheres do mundo atual não guerreiam com armas e, quando mutilam os seios, é por causa da luta contra o câncer, defendendo a própria vida. São as guerreiras que não se entregam e resistem, enfrentando o mal do século. Outras se mutilam por motivos estéticos, diminuindo ou aumentando os seios; um direito que elas descobriram para se sentir bem com seu próprio corpo.

As mulheres do mundo atual são encorajadas na superação de limites e estão empenhadas na luta por uma sociedade mais justa, onde homens e mulheres tenham papéis importantes na manutenção do planeta, como um lar de todos. Defendendo filhos e filhas, elas conquistam o direito de tornar o mundo melhor, mais humano e sensível.

As mulheres guerreiras de hoje, além de trabalhar para complementar o salário do marido, assumindo maior responsabilidade na orientação dos filhos, e como dizem: Ser mãe é ter dupla jornada de trabalho, dentro e fora do lar. Em todos os tempos, se percebe a importância da mulher na história, nas Revolução Francesa ela participou, apesar disso, foi feita só a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Percebendo isso, as mulheres se reuniram e e dessa reunião resultou uma lei que não saiu do papel: A Declaração dos Direitos da mulher e da cidadã (1791). Trata-se de um documento jurídico de apelo fervoroso pela emancipação feminina no período da Revolução Francesa (1789). Essa foi uma resposta à Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão que surgiu no contexto de um clamor feminino: o clamor por direitos e rupturas sociais, culturais e políticas.

Não é por acaso, que a imagem ilustrativa dessa importante revolução ocorrida na França responsável pela derrocada do absolutismo e do Antigo Regime francês, e na conjuntura, destaca-se a figura de uma mulher empunhando uma bandeira da cor vermelha, uma das representações mais célebres da “Liberdade". Elas participaram da Revolução Francesa, marco inicial e inaugural de um novo período da história europeia: o Período Contemporâneo de 1789, que perdura até os dias atuais. Porém, ainda há muito o que conquistar nessa luta.

Até 1827, as mulheres não podiam sequer se matricular em instituições de ensino. Tiveram de esperar mais meio século para ter acesso à faculdade. Em em 24 de fevereiro de 1932, o voto feminino passou a ser assegurado pela legislação brasileira. A vitória foi conquistada depois de mais de 50 anos de mobilização e luta dos movimentos feministas, que já reivindicavam o direito no final do século XIX, antes mesmo da proclamação da República. Em 24 de fevereiro de 2024, comemoramos os 92 anos da conquista do voto feminino, porém é preciso relembrar as situações degradantes que viveram as mulheres durante séculos e a luta persistente que travaram para, finalmente, se firmarem como cidadãs. É claro que muito ainda falta a ser conquistado, mas olhando para trás vemos o quanto já se caminhou. Quais as conquistas mais recentes da mulher ne luta por direitos, você poderia nomear? Para finalizar esse texto e homenagear a todas as mulheres guerreiras de nosso Brasil, vale a pena lembrar:

Ao longo do último século, as mulheres brasileiras lutaram muito para conquistar mais espaço na sociedade. Na busca por direitos iguais, alguns progressos em todas as esferas foram marcantes neste processo. Confira, abaixo, cinco marcos importantes na nossa história.

Olimpíadas

1932 – A nadadora Maria Lenk, de 17 anos, foi a primeira atleta brasileira a participar de uma Olimpíada. Era a única mulher da delegação brasileira daquele ano que embarcou para os jogos em Los Angeles.

Voto Feminino

1932 – Marca o início do voto feminino, porém com restrições. As mulheres deveriam ter um trabalho remunerado para ter direito ao voto. Apenas em 1965 entrou em vigor a igualdade plena de direitos e deveres eleitorais entre homens e mulheres.

Pílula Anticoncepcional

1962 – A primeira pílula anticoncepcional chega ao Brasil e provoca mudanças culturais e comportamentais. Nas décadas seguintes, o medicamento ganha popularidade e revoluciona a sexualidade feminina.

Cotas políticas

1997- Lei sancionada garante a reserva de, no mínimo, 30% de mulheres candidatas durante as eleições. Ainda assim, o Brasil é o 152º país em representação feminina no parlamento segundo o ranking elaborado pela União Parlamentar Internacional (UPI).

Lei Maria da Penha

2006 – A justifica sanciona a lei que julga crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher. A medida também cria medidas de prevenção e proteção às vítimas. Para saber mais sobre a lei, clique aqui.

Fontes:

- Agência Senado- https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/07/04/sancionada-lei-de-igualdade-salarial-entre-mulheres-e-homens.

- MIGALHAS QUENTES: https://www.migalhas.com.br/quentes/397588/decreto-regulamenta-lei-da-igualdade-salarial-entre-homens-e-mulheres.

- Lei da Igualdade Salarial entre homens e mulheres, para a diminuição das desigualdades existentes nas remunerações no ambiente corporativo (Lei nº 14.611). A lei que estabelece a igualdade salarial entre homens e mulheres, sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é valiosa no combate à discriminação salarial.

Nesse dia 8 de março de 2024, diante dessas importantes conquistas e em reconhecimento a força da mulher e de sua participação em todos os processos históricos até hoje, desejo a todas um Feliz dia Internacional das Mulher a todas as mulheres brasileiras.

Parabéns a todas as mulheres que lutam. Parabéns guerreiras!!!