As mulheres as quais eu amei

Nunca escondi de ninguém meu gostar pela Moreninha. Corpo e alma sedutores e, naquela viagem à fazenda, o amor sucedeu. Não houve apostas, somente desejos.

De volta à capital, conheci uma bela jovem de nome Lucíola. Um romance intenso aconteceu, mas logo se desfez quando soube dos motivos que a levaram até ali.

Andando e pensando pelos cortiços da vida, conheci uma mulher forte e guerreira; a mulata Bertoleza, que me convidou para jantar e ser jantado nos aposentos do João Romão .

Traição à parte, tive que fugir para beira-mar. Foi quando conheci uma fascinante e sedutora mulher, com olhos de ressaca... Ah, Capitu! ficamos juntos deitados sobre areia... trair ou não trair o tal Bentinho?

Diante das fofocas rumei para o interior de São Paulo e, para minha surpresa, uma insinuante e estonteante mulher veio ao meu encontro e se apresentou como Salomé, a messalina. Foi amor a primeira vista... tempos de êxtase e modernidade.

Porém precisei retornar ao trabalho e fui encaminhado ao Sul do país para ser correspondente de uma guerra. Uma comoção havia com a morte de um certo capitão Rodrigo. Consolei a viúva de nome Bibiana Terra, uma mulher linda e aguerrida por quem me apaixonei e por lá semanas fiquei.

De volta à São Paulo, perambulando pela grande metrópole, avistei uma mulher loira, alta, e bela. Quis conhecê-la. Seu nome; Elza Flaülein, descendente de alemães, uma educadora sentimental que me seduziu naquele fatídico Amar, verbo intransitivo.

A saudade apertou do meu Sertão, saudade da Sinhá Vitória que mesmo casada, com dois filhos e a cadela baleia, naquela Vidas Secas, ainda muito pensava, por ter sido o meu primeiro amor.

Ao retornar ao Rio de Janeiro, havia uma carta em mãos para uma moça sonhadora um tanto ingênua e esquisita cujo nome; Macabéa. Convidei-a para irmos ao cinema, comer cachorro-quente e por fim, um beijo gorduroso aconteceu. Na volta pra casa, sonhando em ser estrela, a pobre morreu atropelada.

Muito triste pelo ocorrido decidi me refugiar na Favela do Pinto, atrás do Leblon, e sem mais nem menos conheci Aparecida. Bela jovem sofredora... decidi cuidá-la, dar-lhe amor, proteção e um filho. Sem drama, consumíamos sem ter cama, éramos sós no mesmo lugar. Uma tragédia aconteceu, acusada de roubo, presa e prenha, em seu corpo atiçou fogo e morreu entre o mangue e o mar.

● Homenagem às personagens femininas da Literatura Brasileira que tanto me encantam e me seduzem aos estudos literários.

Personagens:

MORENINHA – A Moreninha – Joaquim Manoel de Macedo.

LUCÍOLA – Lucíola – José de Alencar.

BERTOLEZA – O Cortiço – Aluísio de Azevedo.

CAPITU – Dom Casmurro – Machado de Assis.

SALOMÉ – Salomé – Oswald de Andrade.

BIBIANA TERRA – O Tempo e o Vento – Érico Veríssimo.

ELZA FLAÜLEIN – Amar; Verbo intransitivo – Antônio Alcântara Machado.

SINHÁ VITÓRIA – Vidas Secas – Graciliano Ramos.

MACABÉA – A Hora de Estrela – Clarice Lispector.

APARECIDA – Quem matou Aparecida? – Ferreira Gullar.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 22/04/2024
Reeditado em 22/04/2024
Código do texto: T8047266
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.