FERNANDO PESSOA

Poeta ortonônimo, dramático ou heterônimo,

Ilusão a vestir o espírito por inteiro,

Silêncio da madrugada, olhar anônimo,

A buscar no vinho fiel companheiro.

Gênio de alma sofrida e solitária,

Ao escrever criou mais do que viveu,

A vida, em Prosa e Verso escrita,

Arte em mutação que não morreu.

Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis,

Imagens irreais criadas na sutil memória,

Lógica, a desafiar do destino as leis,

Literatura, em cento e vinte anos de história.

Na Solidão da noite ébria palavras dançam

Fantasmas surgem na febril imaginação

Mestre das palavras que tanto encantam,

Forma encontrada para fugir da desilusão.

Epílogo de uma vida marcada de ironia,

Realidade que permaneceu a cada dia,

Envolta na esperança de uma Fé contida,

Simplicidade que o fez receber de Deus a vida.

-Cáritas Souzza-

31.01.2008