Que voz é essa?
Que voz é essa que não espanta os males, mas os amansa tornando-os doces,
Doces que adultos voltam à infância para provar, e crianças aprendem a cultivar,
Crianças ansiosas da chegada de um futuro, a despertar no cultivo dos frutos da terra.
Cada fruto colhido consome vosso tempo e calos que o desenredo da vida não perdoou.
O fim do dia chega e estas crianças de pêlos e crenças buscam o amor em alguma alameda escondida, onde suas vozes ecoam, ressuscitando seu lado sentimental.
O lado sentimental implora aos donos da terra que a deixem inteira por pelo menos mais dezesseis anos, o suficiente para que ao saírem da fazenda depois de tanto cultivo, montem cada um em seu alazão passarinheiro e sigam adiante, com ou sem destino, a um outro quilombo, numa marcha nupcial, à beira dum mar onde novamente surge a voz que se mistura à outra, esta uma sabe-se ser da sereia, a outra, a outra eu bem gostaria de saber, que voz é essa?
Essa é minha homenagem a uma pessoa que tenho muito respeito e tenho como mestre pela sua humildade e outras tantas coisas, pra quem não conhece, convido a conhecrem a voz de Renato Braz...