À BANDEIRA

Cedo, me concitastes à luta

Cedo, muito cedo entrei na guerra em tua defesa.

Empunhando o mastro de pertinaz esperança,

Fortalici-me de gigantescas vitalidades.

Alavanquei minha fé e fui à luta.

Longe da algazarra festiva das hienas,

Ouví um canto bonito:

Disseram-me ser um hino em teu louvor.

Suas estrofes, traduziam juvenís lampejos

De paz, de progresso e de esperança.

Embalado por essa tradução,

Busquei meu ponto de apoio no trabalho.

Combinei esforços e. mercê de carências,

Aprendi a ter orgulho de minha brasilidade.

Com paciência e desvelo, eduquei, ajudei.

Aos poucos, mas sempre ao teu lado,

Ví crescer incontidamente, um imensurável

Número de desvalidos, indigentes e banidos do contigente

Que lhes permitisse sonhar um sonho verde, já que verde,

Simboliza esperança

Passados alguns poucos anos, dá pena ver por todos os

recantos da Pátria, que tuas cores foram desbotadas e

que nada mais transmites,

Senão para alguns poucos.

De modo ardiloso, mas bem pensado, te descaracterizaram.

A grande maioria de nós, desconhece o que encerras.

Falta pouco para tua banição do cenário patriótico.

Militar, nunca fui, mas continuo um soldado da pátria.

Sob a égide deste sentimento forte, me pergunto:

Por qual bandeira ainda estou lutando se os meus olhos

te enxergam,

Frágil e desbotada?

Estão sobrando hienas. Estão faltando soldados.

Rui Azevedo - 02.03.2008

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 02/03/2008
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