São Caetano, 35

Nada de novo no horizonte

A história é sempre a mesma

Só muda a roupa da vida.

Nada novo tu escondes

Sua história usa resmas...

Sua língua, sua bula

De informes tão gigantes.

Não é legal falar mal

De quem não está perto pra se defender...

Que casa legal, que cara normal

Que usa o grito certo

Pra não se entristecer.

Vou escrevendo, guardando na mente

Lembrando-me dos entes que longe ficaram...

Só me quero em seus anseios

Em seus repentes me sentir sua gente

Nas obras que tu criara.

Ontem fui corpo de duas vontades

Fui à visão dos teus olhos...

Hoje extravasas no peito tamanhas verdades

Que entraram nos olhos se calando no peito

Que saiu pelos poros...

Hoje, aqui, somos São Caetano

Seus poetas chegam aos 35...

Essência boa de alguns anos

Que perpetua um sonho antigo

De ver nascer um forte grupo

Estruturado em São Caetano...

São Caetano, 35.

Vicente Freire – 02/08/1981.