Ao querido irmão Jan Val Ellam

Programa Projeto Orbum dia 22/07/07

(Adaptado)

Pergunta : - Quais seriam as matérias necessárias para a concretização da cidadania planetária?

- Com a volta de Jesus, Ele pode nos auxiliar nessa carência?

Jan Val Ellam: “São muitas matérias, mas creio que existem três matérias que são as principais e que nos faltam, infelizmente nos faltam. E mesmo a volta do mestre não terá o condão de um momento pra outro nos transformar naquilo que ainda não conseguimos ser. Por isso a volta do mestre é um fenômeno extremamente complexo, em sendo uma série de visitas. A qualquer momento essa série deve começar a ser feita, mas mesmo assim não muda de uma hora pra outra em absolutamente nada. Mas depois falamos disso. As três matérias que observo no momento, porque na verdade são muitas, mas pela limitação aqui, creio que são apenas três que me chamam atenção. A primeira matéria, é a matéria do inconformismo. Já que o conformismo termina sendo um aspecto muito complicado. Porque quando nós nos conformamos, nós literalmente estacionamos em plena vida, nós nos tornamos coniventes com a mediocridade existencial. E o fato é que, em nos conformando com as coisas, aquilo que nós chamamos de progresso, de evolução, dificilmente surgirá. Aí alguém há de dizer: mas você está defendendo o que? Revoluções? Rebeliões? Não, mas entre o conformismo e a loucura, eu sou mais partidário da loucura, mas não é isso que eu estou defendendo. O inconformismo, eu acho que é exatamente essa matéria que nós precisamos aprender. Ele está presente nos primeiros degraus do aprendizado espiritual, é inevitável. O inconformismo é a atitude de um espírito esclarecido, e o conformismo, é a incompetência de um espírito diante de uma certa situação. As religiões ensinam que nós nos resignemos diante dos fatos, mas cuidado. A resignação haverá de ser sempre uma atitude inteligente para que ela seja benéfica pro indivíduo, pra comunidade. Se você tenta, tenta, tenta, mas não consegue, se você luta, luta, mas não colhe aquilo que você acha que deveria colher, pela força da semeadura que você fez, a resignação que os espíritos nos convidam a ter, é uma postura de tranqüilidade, de pacificação, de não rebeldia gratuita diante dos fatos. Posto que por vivermos num mundo de expiação e provas, e por serem nossos espíritos criminosos diante das leis cósmicas, nós não temos, às vezes, como entender certas colheitas, já que achamos que semeamos coisa bem melhor. E a resignação que a vida nos provoca a ter é justamente aquela que não provoca guerra, terrorismos. Mas isso não quer dizer que a resignação que nos é convidada a ser assumida, deva ser estéril, improdutiva, não, não é isso.Gandhi, o grande Gandhi, o Mahatma Gandhi, era alguém que se resignava diante dos fatos, diante da sua nação que estava sob o domínio do império britânico há décadas. Gandhi era alguém que se resignava diante das regras impostas pela nação inglesa na índia. Mas Gandhi não criou revolução violenta, não criou rebelião violenta. E ele jamais convidou a quem quer que seja, a fazer um acordo com ele para por em prática atos de sabotagem ou o que quer que seja. Gandhi sozinho, por ser alguém inconformado, apesar de resignado, começou a não se submeter aos ditames impostos pelo governo inglês, mas dizia já, que estava pronto para pagar o preço por aquela sua atitude. E dizia ainda, que aquela sua atitude de desobediência civil, ele a estava fazendo sem nenhum ódio dos ingleses. Ele escolheu ser agredido a obedecer o governo inglês, ele preferiu aceitar as penalidades impostas pelo governo inglês, mas sofreu as conseqüências. E Gandhi levou cacetada na cabeça, apanhou e foi preso muitas vezes, só porque ele estava parado diante dos guardas ingleses dizendo que ele não faria tal coisa. E outros depois de verem Gandhi apanhar sozinho tantas vezes, começaram a tentar imitar Gandhi, não a apedrejar o exército inglês, mas tentavam imitar Gandhi na sua atitude de inconformismo. E Gandhi que jamais pretendeu ter um exército, jamais pretendeu ser líder de coisa alguma, terminou sendo O Grande Alma, e conseguiu ser com seu inconformismo aquele que libertaria a Índia do jugo inglês. Então, essa matéria de inconformismo, ela é essencial para a construção da cidadania planetária porque um dos aspectos que estraga o modo como nós vivemos é essa percepção tacanha, primária que nós temos, elegida pela intolerância que o ser humano constrói em quase tudo que faz. Nós não podemos nos conformar pela intolerância, pelo apego de certos grupos humanos ao seu chamado país, a sua chamada religião, ao seu chamado partido político, ao seu chamado clube de futebol. Pois na hora que nós nos apegamos doentiamente, seja lá no que for, nós passamos a enfear a vida, a estragar tudo, e a criar intolerância. Enquanto nós não conseguirmos ver num irmão nosso, seja ele paraguaio, judeu, hindu, norte americano, francês, angolano, seja ele espírita, católico, islâmico, ou seja ele nada em relação a religiões e coisas do tipo, enquanto nós não vermos nosso semelhante igual a nós, nós não poderemos construir a cidadania planetária. Então o inconformismo é: não submetermos nossas atitudes, já que, mesmo nós não percebendo, não contribuem em nada para a cidadania planetária, ao contrário, só dificultam.

A outra matéria chama-se educação, educação e percepção. Porque somente percebendo o óbvio do significado da vida, somente percebendo que cada ser humano tem que ser autodidata no processo de construção do seu código de conduta filosófica, e sabendo que este há de ser a luz a guiar o seu caminho,somente assim estaremos minimamente preparados para o convívio cósmico, e sem educação isso não acontece. Pois que no meio do processo educacional tudo mundo há de ser autodidata, é inevitável, só que a gente não percebe isso. Então a outra matéria que nos falta é a educação, que nos ajuda a educar nossa percepção para o verdadeiro significado da vida. E quantas pessoas existem nesse mundo que não tem a menor idéia para a indagação: mas qual o sentido da minha vida? E a terceira matéria é a do amor. É a prática amorosa que muito se complica quando procuramos entender o que significa amar ao próximo. Muitos homens e mulheres hoje em dia, provavelmente nós que estamos em torno desse programa escutando as bobagens que aqui falo, mas pela nossa boa intenção, nós pertencemos ao grupo de homens e mulheres que estão tentando amar a vida e amar a todos os seres humanos e a tudo mais que existe no universo. A gente fica se perguntando como é que podemos amar alguém quando a gente não gosta dessa pessoa, ou quando essa pessoa não faz por onde ser amada. O amar ao próximo não é esse amor incisivo que nós colocamos como sendo conceito a ser seguido, é bem mais simples. Esse assunto nós também já falamos em outros programas. O que nos é solicitado agora, enquanto amar ao próximo, é pelo menos nós termos benevolência moral para com esse próximo, termos tolerância moral. É não criticá-lo, é não julga-lo, aliás nós não deveríamos nunca julgar ninguém antes de nos colocarmos no lugar dessa pessoa, pois somente se colocando no lugar dela, nós podemos minimamente entender o porque dela agir dessa ou daquela maneira. E Léon já dizia isso antes de passar seus compêndios filosóficos para os livros. O fato é que, amor, educação e inconformismo, talvez formem o tal tripé para que nós possamos exercer minimamente a nossa cidadania, para que nós possamos dar a nossa contribuição pessoal. Mas os comezinhos deveres do dia-a-dia, agindo dentro da zona, e por furto mesmo da nossa existência, vamos assim dizer, vão nos impedindo que nos empenhemos nas circunstâncias diárias e não demos conta das nossas obrigações, do cotidiano, das mínimas coisas. Mas felizmente isso tudo é atropelado por esse modo de viver complexo que nós temos. E a volta do mestre muito nos ajudará para que nós possamos entender a importância de não se conformar com a situação da Terra e saber que a vida aqui pode ser vivida de outra forma. Mas para tanto, cada um de nós precisa investir no aprendizado, no esclarecimento e acima de tudo na criação de um código de conduta moral e filosófico, que serão as leis que haverão de reger a minha vida independente do que o mundo espera. E também a ousadia de amar tudo que nos convida a ser despertos, violentos. A volta do mestre será o condão a mexer com os nossos valores e nos vai encantar na nossa sensibilidade pessoal, pois que vamos perceber que é possível viver de forma diferente de como temos vivido até agora. E que nós não somos só animais racionais da Terra, nós somos cidadãos cósmicos capazes de erguer uma vida em bases mais significantes que estas que estamos vivendo. Falando de volta do mestre, chamo de volta um conjunto de eventos que começará a ocorrer e jamais terminará pois tem a ver com a reintegração da Terra à convivência cósmica. Só terminará se nós explodirmos o nosso planeta. Porém, se nós acendermos a tocha, a idéia do conceito maior da cidadania planetária, nós conseguiremos ver a união de todos numa grande família e estaremos todos trabalhando pelo bem comum. Não uns trabalhando para vencer o outro, destruir o outro, afinal isso faz parte da nossa cretinice, da nossa estupidez humana. A volta do mestre nos ajudará muito para que nos eduquemos. Mas ele não vai educar ninguém. Ou nós nos educamos nos aproveitando dos ensinamentos, dos esclarecimentos Dele e de tantos outros mestres que já vieram a Terra e retornarão também,ou nada conseguiremos no campo do esclarecimento pessoal. E se nós não aprendemos com esses mestres, o que é que eles vão fazer? E nós vamos aprender com quem? É por isso que temos o sofrimento, é por isso que sofremos tanto nessa escola chamada Terra. Temos portanto, no tempo e no sofrimento os dois únicos professores que no momento podem nos ensinar algo, já que os grandes mestres por mais que se esforcem, suas palavras, seus testemunhos, seus sacrifícios pessoais sempre se perdem nas páginas da história e nós não os homenageamos com o nosso esforço. Enfim, acho que já foi o básico, por isso aqui me despeço dos ouvintes do programa projeto orbum da rede boa nova de radio, desejando uma semana de reflexão a todos, que possamos construir a paz, e que possamos sempre nos solidarizar com os irmãos que sofrem ainda mais que nós com as doidices dessa civilização doida. Que possamos enfim construir bases mais sólidas para que o futuro venha e seja mais cheio de amor. Não percamos as esperanças, é só uma questão de tempo para que estejamos mais e mais empenhados com a nossa cidadania planetária, com o amor fraterno entre todos os seres que vivem na Terra. Um grande abraço e até a próxima oportunidade.”

Deixo aí para fruto de mera reflexão, um texto de adaptação do áudio do Programa Projeto Orbum, mantido e propagado pelo grupo ATLAN (atualmente o programa é transmitido via rádio na frequência 1080 AM - Sorocaba). Rogério de Freitas, com o pseudônimo de Jan Val Ellam, é um dos desbravadores perspicazes e inovadores da tradição humana universal. Como tal, briga e sustenta sua voz que clama solitária e pequena, diante da voz da razão, com seu grito insurdecedor. Esse homem de Natal -RN , mantém acesa a chama da esperança de que um dia vislumbraremos a cidadania planetária, resgatando conceitos, revendo teorias, criando novas hipóteses e aprendendo a olhar o universo sob um novo ângulo. Peço que aos que lerem o texto que não me critiquem, ou que façam algum juízo de valor. Entendo que as palavras e raciocínios são estranhos, irritantes e até parecem ser incoerentes, mas apenas deixo uma homenagem a esse grande irmão que dedica boa parte de sua vida aos trabalhos mediúnicos e planetários.

Enrico Vizzini
Enviado por Enrico Vizzini em 24/03/2008
Código do texto: T914838