ODE À CAROLINA

ODE À CAROLINA

Os amores que tive, amiúde,

Por alguns trocados consegui.

Iludi-me com falsos carinhos,

(tolo!).

Tu não estavas aqui e a vida

Era obscura.

Sentimento verdadeiro até então,

não havia conhecido.

Meus olhos eram opacos, um fino.

véu os cobria, letargia e eu “poeta”

acreditava que vivia. Tolo!

Ah! Mulher, tu provocaste neste

humilde coração um pulsar tranqüilo,

santa paz. E eu que me acreditava

tão loquaz. Tolo!

Homem é um bicho, crê-se predador,

mas rende-se às peripécias do amor.

E chegaste à minha razão, com a força

da mais pura emoção e apaixonado.

Então, coroei-te rainha, a absoluta,

Luz e fascinação.

Contigo aprendi aquilo que em nenhum

idioma poderia ensinar, a linguagem

do sentir.

Por ti meu viver fundiu-se ao paraíso.

Tolice de quem pensou ser soberano,

Mas aos teus pés fui, sou e continuo a sê-lo.

Distam teus afagos, teus mimos, teu sorriso.

Quisera ter-te em meus braços agora...

Em teu colo morno repousar o cansaço.

Falta tu, minha linda e doce senhora.

Solitário... O mundo não gira... É regaço!

Sei, não por vontade própria, foste embora.

Ele a chamou, cumpriste a tua sina.

Porém tua lembrança inda me ilumina.

Carolina, minha alma por ti chora!

Introspectivo, refugiei-me nesse canto.

Tudo o que almejo e vislumbro é penumbra.

À espera de ti, por ti... Até a hora sacra!

Hei de encontrá-la, só então cessará este pranto.

Singela homenagem ao poeta Machado de Assis

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 30/04/2008
Código do texto: T968524