MÃE DOS OUTROS

Perdi minha mãe prematuramente, ela faleceu quando tinha somente 28 anos. Eu estava com 8 anos, e minha irmã, 4. E tivemos que aceitar alguém em seu lugar: a madrasta. Eu e minha irmã tentamos nos convencer que era nossa nova mãe, mas o coração reagia traído à concepção desta nova idéia. Logo ela se tornou mãe também e percebemos que não tínhamos o posto de filhas. Desde então, passei a conviver com a mãe de amigos, mãe dos primos, mãe dos outros. Tive o carinho e a compreensão dessas outras mães que me embalaram em momentos de sofrimento, angústia, carência e me senti menos perdida graças ao seu apoio. Maria Helena, Maria Arminda, vovó Eunice, Neuza, Dona Isaura, Dona Adnar, Dona Cremilda, Dona Lucy, Dona Odaléa, tia Lydia, tia Lene foram tão maravilhosas que tenho um lugar bem especial guardado para elas aqui, no meu coração e na minha memória. Ainda digo que, minha irmã Samantha, hoje mãe de 4 filhos, se tornou um colo que busco de vez em quando.

Viver sem mãe é caminhar por uma trilha cheia de espinhos que nos espetam mesmo tendo muito cuidado. É como caminhar sobre um fio de alta tensão e sem rede de proteção. É estar sob holofotes sem sucesso, é ficarmos expostos sem segurança. É como pisar na brasa descalço. É somente abismo... Nada mais. Podem achar que é um exagero, mas HOJE me sinto assim. Mãe é colo, é consolo, é abrigo, é asa.

A minha mãe É uma triste ausência. Sinto sua falta desde sempre. Foram anos árduos e confusos, sem referência e cumplicidade. Não pude lhe contar sobre o meu primeiro beijo, sobre o meu primeiro amor, apresentar minhas melhores amigas, partilhar meu sucesso no colégio, mostrar meus diplomas, dar presente no Dia das Mães. Minha mãe se chamava Hilda (diminutivo de nomes de origem germânica que terminam com “hild” = guerra, combate), uma mulher guerreira, à frente do seu tempo e marcante. Quem a conheceu jamais a esquecerá. Hoje faço a ela uma reverência por tudo o que representa! Não concebi um filho em meu ventre, mas me tornei o exemplo das mães que conheci: me tornei também MÃE DOS OUTROS. Mãe de Olívia, Anna Beatriz, Rafael, Guilherme, Bruno, Gabriel, Ana Júlia, Paulo Ricardo; que são meus sobrinhos, filha de coração e afilhados. Posso não estar presente em período integral, mas o meu coração e meus braços estarão abertos sempre que precisarem.

Também tenho orgulho de amigas que se tornaram mães fabulosas. Não posso deixar de mencionar minha comadre Edineide que Deus arrebatou ao conceber a luz à filha tão desejada. Ela foi um exemplo de mãe amorosa e dedicada. E desejo a todas as mães do mundo o reconhecimento deste amor ímpar, deste cordão que jamais poderá ser cortado. Feliz Dia das Mães! Um beijo, minha mãe. Deus a abençoe, onde estiver! Às minhas outras mães, todo o meu amor e reconhecimento. Obrigada por tudo!

Da sua filha,

Dani.

Daniela Pucu
Enviado por Daniela Pucu em 11/05/2008
Reeditado em 23/01/2018
Código do texto: T984822
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