Tributo II (Cruz e Souza)

Talvez os violões chorem eternamente

Ou, talvez, enlouqueçam de uma vez

Como a Monja, em sua negra avidez

Pervertida pela Múmia... solenemente

Se o poeta enlouquecer, maldita sorte

Terá que satisfazer seu sonho amável

Para ser, como nos versos, Invulnerável

Cantando, bem alto, a Música da Morte

Na liberdade negra de sua inteligência

Confundida, muitas vezes, com destino

Resta uma dose de talento e opulência

Se a loucura espreitou-lhe no derradeiro

Terá a sorte de no eterno confino

Ser afagado pelo Cristo verdadeiro

A Cruz e Souza

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 20/05/2008
Reeditado em 24/05/2008
Código do texto: T997895
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.