PREVENINDO O ALZHEIMER

Mandaram-me um email com explicações e recomendações a respeito do Alzheimer e a Neurociência.

Se escrevi Alzheimer certo já é um bom sinal que ainda estou sem a doença.

Vou tentar outra...

Chuazernegue.

Swazeneg.

Schwarzenegger.

Acho que deu.

Dei uma ova...

Acertei.

Semana de Parada Gay, temos que tomar cuidado...

Bem, enfim...

Vieram orientações para mudança de rotinas.

Resolver palavras cruzadas.

Aqui um problema pessoal e talvez uma solução para o país.

Tenho por rotina resolver palavras cruzadas. Aquelas indiretas, antigas.

Devo parar de fazer isso para mudar a rotina?

Bem, também gosto de sudoku... Ai! Essas palavras perigosas...

Estou reenviando a sugestão das palavras cruzadas para o Palácio do Planalto. Quem sabe Luiz Inácio descobre que existe dicionário, se distrai um pouco e pára de judiar nossos ouvidos todo dia com seus discursos.

Pensando ainda em rotinas. Tai-chi, Yoga, correr diariamente são rotinas que devem ser alteradas?

Não faço nenhuma, mas meu vizinho morreu atropelado enquanto corria para a aula de Yoga.

As recomendações prosseguem orientando que devemos usar o outro lado do cérebro para pensar.

Aí, criou-me um problemão. Não sei qual lado eu uso hoje.

Minha psiquiatra sempre me fala num tal de Tico e Teco. Deve ser isso. Na próxima consulta eu consulto.

Espero que ela compreenda e não ache que eu esteja em confusão mental outra vez.

Estou mesmo bastante confuso com a série de sugestões preventivas ao mal de Alzheimer.

Vejam se estou muito errado no meu entendimentos e dúvidas.

1 - Usar o relógio no pulso direito.

Desde que sofri uma tentativa de assalto e quebraram a pulseira do relógio, tenho usado o relógio no bolso esquerdo da calça. Vou passar a usá-lo no bolso direito.

2 - Escova os dentes com mão contrária ao seu costume.

Habitualmente minha avó deixava a dentadura de molho e a esfregava com ambas as mãos. Espero que a doença não me atinja enquanto tiver dentes permanentes, mas de qualquer modo, hoje, escovo cada lado da bochecha com a mão oposta. Sinceramente, acho que se tentar inverter, complicar-me-ei.

3 - Andar pela casa de trás para frente. Diz-se que na China o pessoal treina no Parque.

Na bagunça de minha quitinete, vou é tropeçar e ficar com a parte posterior da coxa roxa. Hoje fico com a anterior. No Parque é moleza. Aliás, em São Paulo é moleza, pois temos que andar olhando para todos os lados para correr de assaltos, carros atravessando o semáforo (ou sinaleira, luminoso, farol, cinesírofo de acordo com o lugar do braziu onde esteja o leitor), desviando do cocô de pombas que vem do alto, não se chafurdar no cocô do cachorro que está no chão e ainda saltar os buracos das calçadas.

4 - Vestir-se de olho fechado.

Isso é fácil. Difícil é achar a roupa no escuro e sair de fininho.

5 - Estimular o paladar comendo coisas diferentes.

Ora, desde que descobri que algumas comidas me dão cólicas, que posso ter pressão alta, minha família tem histórico de diabetes eu tenho comido de tudo que meu organismo aceita.

Sinceramente, detesto comidas diferentes como peixes crus, lulas de qualquer modo, nabo no polvo, salmão grelhado com ervilhas javanesas, pizza de rúcula com espinafre, et coetera.

6 - Ver fotos de cabeça para baixo.

Tentei e me estrepei. Essa foi sacanagem. Não consigo mais plantar bananeira, me arrebentei no chão e devo ter perdidos uns pares de neurônios na pancada.

7 - Ver as horas no espelho.

Fiquei virado ao avesso. Como estou cheio de rugas e cada vez com menos cabelos brancos. O branco é detalhe. Depois não explicam se era para tentar olhar um relógio digital ou analógico.

8 - Fazer um novo caminho para ir ao trabalho.

Cáspite! Aposentei-me há um ano e já querem que eu trabalhe de novo.

Já perguntei ao remetente se posso fazer caminhos diferentes para a padaria, parque do Ibirapuera, supermercado, a banca de jornal. O grande problema é o começo da caminhada, pois moro em uma rua sem saída e o trajeto até a banca é imutável.

9 - Faça alguma coisa com seu outro lado do corpo e estimule o seu cérebro.

Encafifei-me. Que outro lado do corpo seria isso? Será, pois, as nádegas? Já tem lá suas utilidades. Como sentar-me-ei? Se minha mãe somente me batia lá e deu nisto, imaginem o que não teria acontecido se ela me batesse na cabeça. Já estimulei bastante o cérebro chacoalhando-o enquanto dormia, em pé, no ônibus lotado.

10 - O final do questionário, realmente, fez-me lembrar como estou esquecido.

As frases fatais:

Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado? Que tal começar agora enviando esta mensagem, usando o mouse com a mão esquerda?

Lembrei-me que preciso comprar outro mouse, pois este se quebrou na última queda em que tentei usá-lo do outro lado, vitima que sou de LER (Lesões de Esforços Repetitivos). Tentei teclar as letras “asdfg” com a mão direita e saiu “çlkjh”. Isso por que “cato milho”.

Com os dedos... Nada de joelhinho, de quatro, não.

Que é isso, tchê?

Ahora hablando sério.

Todos morreremos de alguma coisa. Em algum momento alguma pecinha do organismo falhará e teremos neoplasias, infartos, AVC (derrames).

Particularmente, espero não ter Alzheimer, mas se tiver é porque estava ali no meu quadro genético, que alguns insistem em chamar de destino. Se usar o cérebro em demasia fosse solução, gênios não teriam Alzheimer.

Já sei a resposta...

Teriam mais jovens.

Se alguém quiser fazer os testes,

Boa sorte.

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http://apostolosdepedro.blogspot.com

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 24/05/2008
Reeditado em 28/05/2008
Código do texto: T1003317
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