OBSESSÃO

 

 

“Tamanho é uma preocupação de todos os homens. Mesmo  que a gente saiba que a mulher não faz questão de ‘ele’ ser grandão tem a preocupação com os outros homens. Nenhum de nós quer entrar no banheiro e ver que o do outro cara é grande.”

 

(João Gordo, revista Criativa, outubro de 2006 – in 10 coisas que você não sabe sobre os homens)

 

 

Todo ser do sexo masculino se não passou, um dia vai passar por essa dúvida tão cruel que chega a tirar o sono de muitos machos por aí.

É o caso de Vanderlei. A primeira vez que entrou num vestiário, era ainda garoto, portanto seu órgão estava em desenvolvimento. Foi num sítio de seu pai. Reunião de família, muitos homens e crianças jogando bola no campo aconchegantemente verde e com uma grama bem tratada... Então ao ver aquelas exposição de pênis, ficou encasquetado: Meu pinto é pequeno!

Cresceu com esse tormento. Media. Ficava em frente ao espelho para ver, mas sempre achava que ele era pequeno.

Quando arrumou sua primeira namorada e foram para a cama ele perguntou:

“Você acha que é pequeno?”

Ela olhou... Pensou... Depois disse:

“Pra que você quer saber?”

“Pra nada...”

“Não acho nada.”

Pronto aquilo o matou. Então ela acha que é pequeno. Mediu novamente. E assim foi sendo.

Com vinte e cinco anos saiu com um vulgívaga e fez a mesma pergunta.

A resposta?

“Pro seu tamanho acho que sim...”

“Ah acha? Como assim?”

“Relaxa querido e goze apenas isso...”

Mas ele não conseguiu ter mais ereção.

Procurou um travesti que lhe disse:

“Pra que um instrumento tão enorme se não se tem utilidade? Veja o meu...”

Vanderlei sentiu-se humilhado. E todas as mulheres, ou não, que ele mostrava deixavam-no mais obsessivo.

Como último remédio – já com trinta anos –, resolveu fazer uma cirurgia para aumento do órgão.

Saiu de lá com um pênis – assim achava –, grande – fabuloso. Conseguira quase uns cinco centímetros.

Realmente ficou grande; mas quando foi utilizar, descobriu que um nervo havia sido afetado – o que era irreversível –, tornando-o impotente.

“Também quem mandou mexer no que estava perfeito?!”. – Dizia ele chorando com a muxiba velha nas mãos totalmente inútil.

 

27/11/06 ( in Salpicos  e Borrifos)

 

 

Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 22/06/2008
Reeditado em 23/06/2008
Código do texto: T1046687
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