TEMPO DE INLEIÇÃO...- NUM VOTE ERRADO!

Eita, meu povo! Tá chegando a hora de exercer o nosso direito de voto; de escolher aquele que vai gerir os destinos da nossa cidade durante os próximos quatro anos. Quem escolher errado, “num venha adispôi cum tira qui tá doendo”... Também pense no interesse coletivo e não no seu interesse particular como o “autor desconhecido” do texto que lhes repasso a seguir; que hoje é tido e havido como de domínio público; e que chegou às minhas mãos e aos meus olhos, pelo meu querido colega de birita de outrora, Oziel Espínola.

Ei-lo, na íntegra:

Meu canindato era um Deus piquinino,

Prá mim, cum certeza era o maió.

Entre uis hôme da terra, seu minino,

Simprirmente êle era o mió!

Um charuto, um ané, uma pistola,

Muntas dose da branquinha na cabeça,

Uma pasta bunita, um sapato de vaqueta e sola,

Num s’isqueça do meu voto; num s’isqueça.

In todo canto adonde êle chegava,

Pru todo canto adonde ia passando,

Mil amizade êle cunquistava,

Uis pobre e uis rico, êle ia abraçando.

Inté promessa fiz mode vê êle,

Cum munto orgúio e sastisfação,

Vitorioso na sua jornada,

E Deputado, dispôi dais inleição.

E dêsse dia invante, minha gente,

Eu síria um hôme de vida sigura.

Da tá mizéra, eu ia tá liberto,

Síria dono de uma sinecura.

E finaimente êsse dia chegô!

Meu canindato foi duis mais votado.

Pura vitóra qui êle cunquistô,

Eu dava vivas p’ro meu deputado.

Mais eu tava inganado, minha gente.

Passô-se um dia e lá se foi um mêis,

Mais trêis trimestre e lá se foi um ano,

E nunca, nuca chegava a minha vêiz.

Hoje o peste nem fala cumigo,

Ficô trumbudo, todo indeferente.

Cumo fui burro, penso e me mardigo,

E feito um bêsta, tô aqui discrente.

Quando êle passa in campanha, fico oiando,

E prá mim mêrmo, na minha cunduta,

Purentre uis dente, vô monologando:

VÁ TUMÁ “CAJÚ”, FELA DA P...