NETO DE ELOÍNA

VOCÊ SE ENGANOU COMIGO

Passei muito tempo da minha vida tomando cachaça na bodega de Mundinho Teixeira, homem bruto e mau humorado, geralmente todo bodegueiro age assim, não sei porque.

Neto de Eloina é garí da Prefeitura da nossa cidade, um cara cheio de tiradas, marmotas, com um senso de humor bastante elevado. Ele comprava fiado na bodega de Mundim, como era mais conhecido Mundinho teixeira.

De tanto farrear e tomar cachaça, teve um mês que Neto não pôde pagar a conta na bodega, passou uns dias sem aparecer nem lá, depois de uns sessenta dias aparece ele denovo na bodega e na maior cara de pau diz:

-Mundim bota uma cana pra mim.

- Seu cabra safado - Diz mundim - Você nem pagou a conta seu corno e ainda quer cana, desta vez você não me engana não, já me enganou.

Neto com cara de cínico responde:

- Mundim... Eu nunca lhe enganei não seu besta, você é quem se enganou comigo!

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TAPA NO DEFUNTO

Neto estava bebendo num bar e chegou o marginal mais temido do bairro.

Escostado no balcão Neto pediu para o cara pagar uma cana, a respota veio em porrada, o cara deu foi um murro nas ventas dele. Ele morrendo de raiva saiu e foi embora, desejando vingança e rogando pragas para o safado morrer.

Por capricho do destino, não é que a praga do danado deu certo. O marginal em poucas semanas foi assassinado por outros marginais.

Neto foi ao velório do sacana, ficou olhando pra ele no caixão e por dentro morrendo de rir, satisfeito em sua praga ter tido efeito. Olhou para um lado e para o outro, notou que estava sozinho na sala com o defunto e não contou conversa, pensou, vou me vingar agora.

Levantou o lenço do rosto do cara morto e deu três tapas na testa dele...

-Dê em mim agora cabra safada, Dê... Dê... Dê! - Resmungava Neto bem baixinho.

ô vingança. Ô homem brabo esse!

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NO FUNDO DO POÇO

Neto chegou ao fim do poço. Alisou. Foi abandonado pela mulher, pelos filhos, não podia mais comprar fiado, ninguém vendia ou dava mais cachaça a ele, entrou em depressão.

Um dia chegou na casa da mãe dele deprimido e foi para o banheiro, demorou muito a sair.

Sua mãe, uma senhora daquelas debochadas, "bruta pra danada", gritou:

-Ô Neto vai sair do banheiro não seu cachorro?

- Neto lá de dentro rspondeu:

- Mãe vô sair não, eu quero é morrer, vou me suicidar e começou a chorar.

Passou uns minutos dona Eloína bate na porta e diz;

-Abre a porta meu filho, abre! Falou suavemente ela.

Neto pensado que ela ia lhe ajudar abriu a porta e Dona Eloína não contou conversa, jogou uma corda pra dentro do banheiro e gritou:

- Tomar essa corda seu caralho e vá se enforcar logo que a gente quer é o banheiro seu cachaçeiro de merda!

Neto saiu se lamentando dizendo:

- Oh Deus! Oh Vida, onde vou arranjar dinheiro pra tomar umas pingas!

PROFESSOR WILLIAM PEREIRA DA SILVA
Enviado por PROFESSOR WILLIAM PEREIRA DA SILVA em 11/11/2008
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