O Di Lúvio própriamente dito/ Duo com Di Amaral

Depois de rodeios mil acertando todos os detalhes importantes e também os menos importantes, daquela fantástica "ARCA de SOMBRANÉ", ela finalmente iria mostrar ao mundo a aventura incrível pela qual passaria.

A chuvarada começou pra valer, deixando todos os "prisioneiros", digo, os passageiros, em polvorosa, mas também num grau de excitação além do normal, fato esse que ajudaria bastante na receptividade dos shows que estavam programados, até porque -imaginem vocês- alguém deixou vazar, não sabemos se de proposito ou não, que haveria até shows de sexo explícito.

Ninguém mais aguentava de ansiedade, mas, Sombrané e Di du Mal, sábios como eram deixavam o tempo passar com o único objetivo de aumentar as expectativas daquela plebe ignara, que só conseguia pensar em sexo, sexo e mais sexo, jamais criando algum espaço em suas cabeças e corações para aqueles sentimentos mais nobres, que se voltavam para o amor puro e desinteressado, próprio dos românticos e também daquela parte menos favorecida da humanidade, desprovidos que eram de desejos ardentes e luxuriosos, ou seja, que eram mais ou menos broxas...rsrsr

De paus arreados, digamos, de panos arreados, Sombrané e Di du Mal convocaram as Deusas para o grande show -Di Lúvio- que estrearia já, naquela primeira noite de águas abundantes, como as próprias, que também abundavam por ali...

Além das Deusas Tradicionais já manjadas por todos, vamos dizer assim, como: "Amazonarisca quase Qui Séria" , "Ocultando-me, Me oculto nas Marés", "Rosa intergaláctica", Maria à Milhas de Distância da Mangueira", "Atnômica", "Chama Ardente dos Marmanjos", "Negraluna", convocamos algumas outras Deusas, recentemente incorporadas ao "staff", que descrevo a seguir:

1) "Rétri Laranja", Deusa dos Fundilhos Gulosos, que vinha fazendo grande furor no Recanto ultimamente, com propostas amendrontadoras à todos quantos passassem pela sua página de propósito ou sem querer, querendo...Alguns davam no pé, com medo das possíveis consequências para a saúde..rsrs

2) Partí Prailha, Deusa das Praias do Sul, que toma sol o dia inteiro com o lap top do lado, pra ir compondo um ou outro texto, entre uma caipirinha e outra, deixando-nos aqui com água na boca.

3) "Ysa -Mais ou Menos Feia- 9000" - Deusa Mexicana do Controle de Qualidade, passa o dia todo monitorando os textos e publicando um montão, que ninguém é de ferro, para alegria de todos aqueles babões do Recanto, entre os quais nos incluimos...

Quadro de Deusas completo, o palco móvel foi lentamente abaixado, por um grupo de quase humanos, devidamente castrados para evitar quaisquer problemas futuros.

As Deusas, maravilhosas e quase nuas, no embalo da nossa querida Atnômica, que esfumaçou o ambiente com suas bombas coloridas, para dar um clima mais aconchegante ainda àquele evento fantástico, que só poderia mesmo ser obra do Divino Espírito Santo, ajudado pelos lúcidos e competentes Sombrané e seu fiel escudeiro, mais ou menos preguiçoso, Di du Mal.

Os maravilhosos poemas eróticos, metáfóricos, ardentes, caipirescos, fundilhescos, praiescos, sonetescos e também comportadescos, foram sendo disparados, alternadamente, para o delírio dos "prisioneiros", digo, passageiros, que suavam em bicas, babavam como fossem loucos varridos e pediam bis o tempo todo.

As deusas, frenéticas com aquele público sedento de carne e de poesia, mais e mais se empolgavam com aquela situação delirante, tirando pouco a pouco as poucas vestes que possuiam sobre o corpo, declamando excitadas os seus próprios poemas, fazendo expressões corporaes que enlouqueciam os pobres "prisioneiros", digo, passageiros, e mexendo lânguidamente as suas línguas se aproximavam das grades, perigosamente, encostando os seus traseiros e se deixando acariciar pela plebe ignara, que urrava cada vez mais alto, soltando palavrões que as deixavam ainda mais excitadas. Depois se dirigiam aos tronos onde estavam Sombrané e Di du Mal, roçando-lhes os maravilhosos seios em seus rostos, declamando cada vez mais alto os seus lindos e excitantes poemas.

Di du Mal, não se contendo tentou passar a mão numa delas, que -se não me falha a memória- era a Deusa das Metáforas, sendo, por isso, colocado pelo Sombrané de joelhos sobre o milho, rezando sem parar cem aves marias, coisa que ele fez com uma rapidez espantosa, pois não queria perder nadica de nada daquele show mais que fantástico.

Do alto, Jeovana assistia aquilo tudo, obviamente empolgada, sem se dar conta, entretanto, de que a história se repetia. No grande poleiro angelical, penas esvoaçavam por todos os lados, com um grande apitaço e bate-latas de protestos, com faixas que reinvindicavam um empreguinho no barco de Sombrané, com dizeres: "Antes bicho do Canoão que anjo de poleirão!"

Como todos sabem, anjos não têm sexo e, por isso mesmo, foi o sindicato deles que criou o primeiro sex-shop do mundo, como forma de participar das orgias humanas.

Eles eram frequentadores assíduos de Sodoma e Gomorra, onde cloacas eram apreciadas como iguarias sexuais. Estes anjos baderneiros, foram expulsos do Grande Poleirão e desceram para a Arca, como bem queriam, cantando em coro I Will Survive e até hoje se fazem representar entre nós.(rsrsrs)

Enquanto lá fora chovia pra cacete, lá dentro também chovia muito, mas, dos cacetes, quase inundando as imediações do palco com aquelas amadas secreções internas, que naquele momento já não eram tão internas assim...

Em outras palavras, diríamos assim: Lá fora acontecia o Di Lúvio e lá dentro acontecia a Di Licia...

Aimberê Engel Macedo
Enviado por Aimberê Engel Macedo em 19/11/2008
Reeditado em 19/11/2008
Código do texto: T1291140
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