EU COMENTO, MAS NÃO INVENTO...8

Segundo meu famoso assessor A4 — Assessor para Assuntos Aleatórios e Alheios —, vulgo fofoqueiro de plantão, pessoa bem informada, etc... que compra bem cedo revistas formadoras de opinião que tem mais páginas inteiras de propaganda do que notícias, direto para a redação do LDC — Lucas Durand Causos.

Nos “ídalos” tempo de 1960 ou fique de pé ou deitado, duas cidades rivais do interior de Minas disputavam uma final de campeonato. Naquele tempo, campo de chão, linhas de marcação dos limites do campo feitas com cal antes da partida. Uma pessoa vinha com o carrinho de cal — essa mesma cal que se usava para caiar as casas. Cal, substantivo feminino, viu! —, e o outro com as duas mãos ia espalhando a cal. O gol não tinha rede. As torcidas rivais de cada lado do campo. Era uma guerra!

E o mais importante: a bola era chamada de “bola de capotão”, pois era envolva por uma grossa camada de capota em hexágonos — figura geométrica de 6 lados, tá! Mas, como eram muito caras tais bolas, era um luxo jogar com a famosa “bola de capotão”, que com o tempo as costuras começavam a soltar e desfiar até aparecer parte da borracha dentro dela. Mas se jogava assim mesmo...

Quando um zagueiro dava um forte chute para salvar de qualquer jeito o ataque do time adversário, bola dentro do rio. E a meninada pulava na água e traziam até uns bagres e traíras que enfiavam em seus calções. Mas, se caísse no cemitério ao lado do campo, acordava os defuntos! Somente os adultos tinham coragem de buscar a bola.

Bem... a bola do tal jogo, já com as costuras começando a ceder, foi usada assim mesmo. Cada chute, a costura abria mais um pouco... e a borracha do interior aparecia.

No segundo tempo, já se via boa parte da parte do interior da bola. E o jogo tinha que terminar né! O troféu estava à espera do vencedor na mão do prefeito.

Quarenta e três minutos do segundo tempo... Pênalti!!! E para o time da cidade! A torcida local foi à loucura!

“Bola de capotão” na marca do pênalti. O batedor teve o cuidado de colocar a parte rasgada em direção ao gol. Poderia furar a bola com seu potente chute. E vapt! Um canhão!

No trajeto, com o impacto, a costura abrindo...

O goleiro pulou como uma onça agarrando alguma coisa murcha... O time da casa comemorava o gol! A torcida do time visitante, protestava!

O juiz foi ver o que havia acontecido... O goleiro pegou a capota firmemente e o interior da bola entrou no gol!

E briga começou. Tumulto geral!

Não valia o gol. Valia o gol! Campo invadido! Prefeito da cidade no meio do campo com dois soldados e delegado, protestando! Valia o gol!

O juiz, então, para sair vivo de campo, decidiu: o time da casa era o vencedor da partida com meio-gol! kkkkkkk

Fim.

Lucas Durand
Enviado por Lucas Durand em 03/04/2009
Reeditado em 21/01/2016
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