CORUJANDO

Espreitas como coruja
Num volteio sem igual
O pescoço gira 180 graus
Num hipnótico gestual

Na tua árvore virtual
Observas os outros mundos
De um jeito bagual
Descobrindo segredos profundos

Vais e voltas, voltas e meia
Acerta a teia, dobra o papel
Mede a rima, corujeia o mel
Intimida a vida, afasta o fel

Coruja de olhos grandes
De saberes distantes
De timidez confessa
Na corujice expressa
Sentimentos importantes


A mãe coruja embeleza o filho
Que nasce feio, desemplumado
Mas para ela, ele é sagrado
Fruto bendito de seu encilho


Coruja pai voa liberto
Entre o seu e outro teto
Abriga o filho no peito aberto


Corujando aqui, corujando ali
A alma voa, mesmo aprisionada
Sabendo tudo, ou compreendendo nada
A corujice é o fio da meada!