A camundonga esperta e seus cinco filhos travessos

As coisas não podiam ficar como estavam, concordaram todos. O neto do Comendador foi o primeiro a rebelar-se, e juntamente com sua mãe planejaram um “tira a limpo” com essa pessoa que vinha dizendo coisas injustas a respeito deles.

- Vamos lá, mãe. Na hora em que ela pegar a caneta, e começar, a gente interrompe, esteja onde estiver...

A Camundonga esperta e seus cinco filhos travessos

O silêncio era absolu...

- Ei, quer parar?

“Quem disse isso? Não faz parte desta história”.

- Estou falando com você.

- Quem está falando?

- Sou eu, o neto do Comendador.

- Mas você está na história errada, meu caro. Sua história já passou.

- Passou nada.

- Eu não quero você agora. Está atrapalhando minha última história do livro.

- Vamos ver quem é que manda?

- Mando eu.

- Não antes de conversarmos.

- Gostaria muito de continuar respeitando meus personagens. Não me obrigue a...

- Quero somente conversar, e não brigar...

- Oh! Desculpe-me. Você tem razão. É que eu estava inspiradíssima para escrever a história da Camundonga e você me interrompeu. Diga então. Qual é a sua bronca, garoto?

- Neto do Comendador...

- Claro, claro, neto do Comendador.

- Bem, prá começar você não me deu um nome. Os personagens costumam ter nomes, sabia?

- Agora não posso mais mudar. Nem vejo motivo para isso. Acho que “neto do Comendador” soa de maneira mais... mais... digamos, importante do que simplesmente Paulinho ou Pedrinho, ou Joaquim.

- Tá, tá bom. Mas eu não sou daquele jeito conforme você escreveu na história “Comenda... o quê?

- Você não é? Eu o criei e...

- ... eu sou do jeito que você falou...

- Quem é essa agora?

- A netinha do Comendador. Tenho mesmo olhos verdes, vivos e inteligentes.

- Hm!!! E o que mais?

- E curiosa também.

- Bem, então acertei.

- Mas minhas reclamações não acabaram...

- Você é bem topetudo, heim, rapaz?

- Topetudo, não. Sou justo.

- Ah, Ah, Ah, Heis que surge um justiceiro, de repente.

- Por que você não deixou minha irmã saber o significado da palavra Comendador?

- Não fui eu quem não deixou. Foram as pessoas que convivem com ela.

- Ando meio desconfiado de que você também não sabe.

- Ah, Ah, Ah... morro de rir de você.

- Pois eu não morro de rir, não. Como você me coloca como uma simples dona de casa, cortando carne na cozinha?

- Ora, mais uma? Resolveram brigar comigo, é?

- As mulheres mudaram, viu senhora autora? Por que não me colocou sentada diante de um cavalete de pintura, e...

- Mas a outra filha do Comendador é que desenha...

- Não senhora. Eu também. Herdei de meu pai e de minha mãe esse dom. E por falar em minha mãe, ela também está aqui, para reclamar.

- Estou sim. Você diz que choro de rir, e rio de chorar. Será que não sei fazer outra coisa? Tenho cá minhas habilidades. E escrevo também, viu? Faço poemas e crônicas...

- Ai, meu Deus! Criei uns monstrinhos convencidos, contestadores e insatisfeitos.

- E veja bem. Estive calmo sempre. Mas a senhora fez-me tão ranzinza que ninguém vai gostar do Comendador. E todos gostam muito de mim. Não viu? Até galos e galinhas...

- O senhor, Comendador? Insatisfeito também?

- Digamos que um pouco chateado. E depois eu tenho tantas atividades mais sérias. A senhora colocou-me como um mero criador de galinhas, fazedor de café para minha filha que chega de viagem, porteiro para vizinhos atrás de galinhas, gatos e papagaios. E ainda tenho que ter em minha casa uma alma de gato? A senhora acha que não tenho mais o que fazer, é?

- Pôxa, que bronca!!! Vocês poderiam deixar-me em paz agora, não? Estou ansiosa para mergulhar no mundo da fantasia. Preciso fugir da realidade...

- Eu posso ajudar? Sou apenas uma menina curiosa, neta do Comendador, mas acho que você está precisando rir um pouco.

- Ah, isso estou mesmo.

- Pois então. Vou dizer para todo mundo que a senhora tem uma bolin...

- Psiu, não.

- Ah, Ah, Ah. Gostei disso que minha irmã disse.

- E você sabe o que um crítico literário disse sobre um de seus livros?

- Curiôôôôça, né?

- Ah, deixe de brincadeiras.

- Mas vou dizer o que minha avó achou na rua... Ela achou...

- O quê?

- Curiôôôça, né?

- Ah, Ah, Ah, vocês são demais...

- Quase demais...

- Rapazinho inteligente.

- Sou sagaz e ágil como um felino...

- Pois então corra como um gato. Eu quero escrever minha história agora.

- Pegue-me se for capaz.

- Fuja, fuja... Garota? Comendador? Ninguém responde. Ufa! Livre daquelas pestes. Posso continuar a escrever... Vou ter até que escrever uma outra história para agradar a mulher do Comendador.

A CAMUNDONGA ESPERTA E SEUS CINCO FILHOS TRAVESSOS

O silêncio era absurdo. Não, absoluto.

O Comendador tivera um dia cheio, dando aulas de desenho e pintura para uma turma de vinte alunos. Dera uma entrevista para o jornal local e um programa de TV.

(Espero que ele goste disso).

Lia em sua poltrona, quando a campainha soou escandalosamente.

- Quem será? - retirou o relógio do bolso da calça. Quase dez e meia da noite. Sexta-feira. Deve ser a maluca de minha filha chegando de viagem.

Foi até o portão da rua, abrindo-o, não sem antes espiar pela fresta da veneziana da sala. Era ela mesmo. Tinha os cabelos presos na nuca.

- A essa hora, rapaz doido?

- Pois é. Sou homem.

(Êpa, acho que a filha do Comendador não vai gosta disso...)

- Cortou o cabelo “à la homme”?

- Não, apenas prendi. Atrasei-me demais hoje.

A filha do Comendador entrou na frente, com sua sacola de viagem, enquanto seu pai ficava para trás trancando a porta.

- Você vai ficar com as costas tortas ainda, por carregar essa mala. Parece sua mãe. O que tem aí dentro?

- Coisas... roupa, sapatos, secador de cabelos, remédios para uma emergência...

- Então vamos entrando. Você quer café?

(Ele não gostou disso).

- Gostaria sim.

- Então faça você, vá. Para mudar um pouco.

- Ah, pai! Gosto do seu café.

(O Comendador que me desculpe, mas é a filha dele que quer).

- Está bem, então eu faço.

E fez.

Conversaram no salão, quando a moça soltou um grito emocionado:

- Pai, tem um rato ali atrás! Que gracinha!

- Só me faltava essa. Onde?

- Ali atrás. Ele vinha vindo todo empolgado quando nos viu e voltou correndo para seu esconderijo. Fique olhando ali.

Fizeram silêncio e esperaram.

O bichinho pôs novamente a cabeça, mexeu o focinho, mexeu as orelhas e passou debaixo da mesa da cozinha, desaparecendo no meio de papéis velhos e acumulados atrás da geladeira.

- Viu agora, pai? E é um camundongo, pois tem costas e orelhas arredondadas. A pelagem é vermelha... Que gracinha!!!

- Gracinha?? Muito bem. É uma gracinha ter ratos em casa...

- O senhor não gosta?

(Será que estou pondo bichos demais na vida do Comendador? Espero que ele não volte a reclamar).

- Não gosto de matá-los. Não tenho coragem.

- Mas é preciso ter cuidado com o xixi deles. Se estiver contaminado, pode transmitir a leptospirose.

- Chê.

- Pai, veja. Um filhotinho passou agora e fez o mesmo percurso. Já sei. Ela é uma camundonga. Deve ter mais crianças lá embaixo. O senhor nunca viu?

- Eu não. Andei ouvindo uns barulhinhos.

- O que será que eles comem?

- Sei lá. Decerto remexem o lixo ali ao lado da mesa.

- O senhor não tem deixado comida destampada aí por cima, tem?

- Ah, vá, vá, vá.

- Sério. Eles podem estar subindo por aí e...

- Vou colocar pão duro no chão para ver se eles pegam.

- Pão duro, pai? O senhor é pão duro, heim? Tem é que dar queijo para eles.

- Ah, claro.

E o pão duro foi colocado perto dos pés da geladeira, por vários dias e noites, tendo desaparecido todas as manhãs. A família da Camundonga alimentava-se de pão duro.

Tendo contado o fato para um amigo do Comendador, este, condoído, teve o cuidado de embrulhar pedacinhos de queijo provolone que eles mesmos haviam petiscado em sua casa, durante o bate-papo, e entregando para a filha do Comendador, disse:

- Tome, leve para as crianças.

- Todos riram.

Na manhã seguinte, os pedaços de queijo jaziam, intactos no mesmo lugar.

Esses roedores não curtiam queijo!!! Mas, como? O prato preferido dos ratos!!!

Nessa, ninguém acreditaria.

Por uns dois meses a situação persistiu. O bom Comendador não se deitava antes de deixar o pedaço de pão duro de cada dia para a honrosa família.

Mas, os travessos camundongos foram surpreendidos fuçando sobre a mesa da cozinha, quando esta ficava às escuras e silenciosa, saindo patinando e desaparecendo debaixo da geladeira ao ouvir passos e ser a lâmpada acesa.

E a decisão do Comendador foi firme:

- Não posso mais ficar com esses ratos aqui.

- Camundongos, pai. Mas o que pretende fazer com eles?

- Vou capturá-los e soltá-los na rua.

- Mas, père. Isso é traição. O senhor que os alimenta. Eles não sabem procurar a própria comida. E depois, não sabem defender-se contra gatos...

- E já pensou onde vai parar isso? Daqui a pouco, eles vão estar desfilando por toda a casa.

- Como vai pegá-los?

- Com uma armadilha que já fiz.

- Armadilha? Pai, vai machucá-los.

- Não, é de caixa de papelão. Veja. Tem essa portinha aqui. Coloco o pão lá dentro. Ele entra para apanhar o pão, a porta se fecha, e pronto. Pego a caixa e levo para a rua.

- Até parece que caixa de papelão segura rato...

- Vamos ver.

Naquela semana, o Comendador pegou três dos roedores em sua ingênua armadilha e saiu à noite para a rua.

Que dificuldade!

O Comendador, com terno e gravata, caixinha misteriosa debaixo do braço, caminhando pela Rua do Vergueiro, para soltar os ratos.

Não encontrava, no entanto, nenhum lugar adequado.

Ia abrir a caixa na esquina. Olhou para cima, e deu com vários olhares curiosos na sacada do primeiro andar de um edifício.

Seguiu um pouco adiante. Comadres conversavam, sentadas em cadeiras em círculo, nas calçadas, trocando fofocas.

- Boa noite!

- Boa noite, Comendador. Passeando um pouco?

- Pois é. Esticando as pernas. Até logo.

Procurava disfarçar a caixa de papelão, mas não dava para passar desapercebida.

- Que será que o Comendador está levando naquela caixa?

- Sabe-se lá!

- Deve ser dinheiro. Dizem que ele leva para enterrar lá adiante.

- Dentro de uma caixa de papelão?

- A caixa é para despistar ladrões.

- Eu já ouvi que...

As fantasias rolaram pelo grupo lá atrás.

O Comendador havia avançado mais duas quadras, quando os bichinhos começaram a se agitar dentro da caixa, querendo sair.

- Puxa! Um terreno baldio. É aqui mesmo. Acho que não há ninguém olhando.

Abaixou-se colocando na calçada a caixa. Nem foi preciso abrir a porta. Três roedores forçaram a tampa superior, saindo como raios cinzentos e desaparecendo entre as sombras do mato abundante no terreno.

O Comendador não quis deixar lá sua armadilha infalível. Sabia haver mais roedores para capturar. A camundonga, essa ainda estava lá.

Estava alegre ao voltar para casa. Pegara ratos em caixa de papelão. Era demais! Quando contasse, iam todos ficar embasbacados.

A primeira a saber da façanha foi sua filha.

- Olhe lá. A armadilha está novamente pronta.

- Père, não acredito... Mas conte de novo!

- De novo? Já contei. Agora espere só que daqui a pouco, a armadilha pega mais um.

- Essa eu quero ver, já que a outra eu perdi.

- Pois vai ver e não demora.

O que não demorou foi uma tremenda tempestade caída inesperadamente.

Distraidamente, conversavam no salão, quando o barulhinho lhes chamou a atenção. Vinha da cozinha.

- Pai, alguém entrou na caixa.

- Não te falei?

- Ah, pai. Mas e agora?

- Vamos soltá-lo na rua...

- Pai, olhe a chuva. Agora não. Eles vão morrer. Depois há as enxurradas. Eles vão se afogar.

- Chê!!! É mesmo. Bom. Vou deixá-lo aí até amanhã, então.

- Não vai faltar ar?

- Que ar, bobona? Tem lugar por onde entrar ar. Vou colocar esse peso sobre a caixa, senão levantam a tampa e saem.

Logo depois, o Comendador deitou-se, deixando sua filha a escrever na cozinha. Ela sentia-se pesarosa por saber que lá estava o bichinho preso, sem saber o que estava acontecendo.

Antes de ir para seu quarto, colocou sobre a caixinha uma pequena estátua de Francisco de Assis.

- Pois é, São Francisco, proteja o nosso irmão ratinho até amanhã e sempre.

E protegeu tão bem, que o Comendador levantando-se na outra manhã, após ter feito a toalete, foi para a caixa, no intento de levá-la para a rua e soltar o bichinho, ou bichinhos, não sabia quantos havia apanhado em sua armadilha.

Viu logo o santo sobre a caixa, e sorriu. Sua filha tinha cada uma!

Tocou na caixa. Nenhum som vinha de lá.

- Ué.

Ergueu-a do chão.

- Está leve...

Mexeu-a de uma lado para outro. Nada.

- Êpa.

Abriu devagarinho a tampa. Vazia.

- Que bicho danado! Fugiu.

A suspeita insinuou-se-lhe então.

- Aquela danada soltou o rato.

E quando a “danada inocente” levantou-se, logo foi indagando:

- E aí, pai. Levou os camundongos para a rua? Quantos eram?

- Quantos eram, é? Você não sabe mesmo?

- Eu? Como vou saber?

- São “nenhum”.

- Nenhum? Mas...

- Foi você, é?

- Ah, Ah, Ah, escapou ou escaparam?

Riu, acrescentando:

- Olhe para o São Francisco, se está com cara de culpado.

- Você não tem vergonha de jogar a culpa em um Santo? É pecado, heim?

- Santa sou eu. Não fiz nada. Mas que gostei por ele ter escapado, isso gostei.

- Ah, e quer que fique aqui, fazendo xixi, podendo transmitir a leptospirose como você mesma diz?

- Ai, pai. É mesmo. Não. É bom que os pegue. Tentaremos à noite novamente.

Naquela noite, então, sorte dos camundongos, ou azar deles, ou sorte do Comendador, já que desde Einstein aprendemos que tudo é relativo... Bem, a camundonga entrou mal, ou entrou bem, com um de seus filhos travessos.

O pedaço de pão era atraente demais, e a portinhola fechou-se.

- Vamos lá, pai, entraram. Ouvi.

- Entraram mesmo. E desta vez não me escapam.

O Comendador grudou a caixa, pressionando com uma das mãos a tampa de cima, e com a outra a portinhola.

- Vamos levá-los lá para a rua, pai.

- Já. Chi! Estou de camisa apenas...

- E de calças.

- Mas e o paletó?

- Precisa de paletó, pai, só para levar a caixa para a rua?

- Pois é claro.

- Então coloque-o.

- Mas então segure a caixa.

- Tenho medo que me mordam. Eu o ajudo a vestir o paletó.

Nesse momento, uma batida na portinhola fez com que o Comendador prestasse mais atenção à caixa e colocou a mão sobre ela.

A reação de sua filha foi inesperada, doida e incompreensível.

Segurou o braço do pai, puxando-o...

- Largue-me, largue-me.

- Não, pai...

- Não, o quê? Quer que escapem?

- Sei lá o que me deu. Vamos ao paletó.

A filha do Comendador pegou o paletó cinza chumbo para ajudar seu pai a vestir.

- Enfie o braço aqui, père.

O Comendador segurou apenas com uma das mãos a caixa, enfiando rapidamente o braço numa das mangas do paletó.

- Puxa, que dificuldade!!!

- Agora, o outro braço, pai.

Caixa passando para a outra mão. E o braço direito na manga. Agora ajeitar o colarinho e pronto.

Elegantemente vestido para levar parte da família de dona Camundonga para a rua.

Saíram.

Na rua, o problema de sempre, onde abrir a caixa?

- Boa noite, dona Vanda.

- Boa noite, Comendador. Passeando com a filha?

- É.

- Sua mãe está boa?

- Está sim, dona Vanda.

- Lembranças a ela.

- Serão dadas.

Caminharam até a esquina, dobrando-a. Dois quarteirões abaixo estava perfeito.

- Ali, père. Vamos lá...

Ergueu-se imediatamente. O carro subia devagar.

- Espere. Espere um pouco.

- Oh, pai, que drama!

O motorista, reconhecendo o Comendador, resolveu parar.

- Como vai o senhor?

- Oh! Como está? Esta é minha filha mais velha. Este é o Dr. Evandro. Dentista. Professor da Universidade.

- Muito prazer!

E a caixinha debaixo do braço esquerdo, disfarçada.

- Estão indo para algum lugar? Posso dar-lhes uma carona.

- Não, muito obrigado. Vamos ali na padaria.

- Mas a padaria é para cima, Comendador...

- É, é mesmo. Íamos subir.

- Levo vocês.

- Imagine! A minha filha quer andar, sabe? Coisa de mulher: andar para queimar...

- Queimar?

- Pois é. Queimar calorias...

Impacientes, os bichos começaram a agitar-se dentro da caixa.

- Está bem. Então, boa noite.

- Boa noite, Dr. Evandro.

Voltaram-se para subir a rua, até o carro desaparecer na próxima esquina.

Pronto. E descem de novo.

- Rápido, pai.

O Comendador abaixou-se e abriu a tampa.

A camundonga saiu derrapando no asfalto. Depois o pequeno correu para outra direção.

Atravessaram a rua, desaparecendo aos olhos do pai e filha.

- Puxa, para onde foram, pai?

- Sabe-se lá.

- Será que vão estar bem, père?

- Claro que sim.

- E a comida?

- Eles sabem se virar melhor do que você, bobona.

Voltaram para casa.

Depois que o Comendador deitou-se, sua filha permaneceu na cozinha escrevendo.

Sentiu um frio intenso de tristeza e saudade dos ratos.

Naquela noite, de sua caneta saiu um Poema de despedida.

Despedida aos ratos.