Filomena, a galinha

Este é um causo verídico, postado no RL em Janeiro de 2008, na categoria Cordel, sobre minha galinha do pescoço pelado mais conhecida por Filomena.

Pelo relativo sucesso alcançado (considerando os comentários recebidos na época), trago novamente por ocasião da comemoração do meu segundo ano neste recanto, com algumas alterações e correções.

Filomena, a galinha

Por ser muito interessante

Este causo vai ser narrado

É a história de Filomena

A galinha do pescoço pelado.

Ave de origem duvidosa

Estava na casa de seu irmão

Fernando Marcos da Silva

Conhecido pela alcunha de Ferrão.

Levada para o bairro dos Souzas

Por Kostella em seu fuscão

Como um presente daquele sábado

Linda tarde de verão.

Acontece que naquele dia

O sol se fazia escaldante

Kostella foi se refrescar

Tendo filó como acompanhante.

Para a beira do riacho

Lugar de grande concentração

Ainda muito longe de casa

Os dois tomaram direção.

Deixar Filomena no fusca

Não era idéia acertada

Foi então levada consigo

E aos amigos apresentada.

Como era de costume

Alan e Potí já estavam por lá

E entre uma birita e outra

Com o casal “garrou prosiá”.

Até então tudo normal

Se não fosse a bebida do dia

Uma cerveja após a outra

E a galinha também bebia.

Filó, como ficou conhecida

Passou ali ser a atração

Em cada garrafa que se abria

Ela tinha participação.

Notando que o dia acabara

Kostella tomou decisão

Decidiu que iria embora

Enfrentando enorme escuridão.

Chegou no sítio bem tarde

Sem contudo fazer alarido

Pois mesmo que o fizesse

Sua mulher tinha lhe batido.

Acontece que por estar mamado

De Filomena ele esquecera

Trancada dentro do fusca

Sendo vitima daquela pasmera.

No outro dia no entanto

Sua mulher o advertiu

Você pega essa galinha

E vá pra puta que o pariu.

Veja só que caganeira

Que sua companheira aprontou

Nosso fusca tão bonito

Em lixo se transformou.

Kostella ainda de ressaca

Com a galinha foi ter

Se não aguentava bebedeira

Como então foi se meter?

Pobre animal inocente

Não podia fazer defesa

Foi levada ao galinheiro

Ficando decretada como presa.

Como resultado deste incidente

Kostella perdeu o domingo

Tendo que lavar o fuscão

Sem nenhum choramingo.

Terezinha sua “santa” mulher

Ainda disse com acerto

Se tu tornar noutra aventura

Vai sofrer maior aperto.

Desde esse dia então

Kostella tem procurado

Escolher melhor as companhias

Quando fica embriagado.

Quanto a filó, coitadinha

Foi triste a sua destinação

Terezinha a serviu num almoço

Acompanhada de bom macarrão.

Assim termina a história

Da penosa galinha Filó

Que por acompanhar seu marido

Terezinha não teve dó.