CHICO CEARENSE

Chico, cabra errado e bonequeiro, já melado depois de traçar um burrinho e duas meiotas , vinha penso, cambaleando, arrodiando o pé de pau , quando deu um trupicão que arrancou o chamboque do dedo.

- Diabeísso!

- Vai, cú de cana! -mangou a mundiça que estava perto.

- Aí dento! -disse Chico

Chico estava ariado desde ontonti, quando um gato-réi que ele acunhava lá na baxa da égua, bateu fofo com ele pra ir engabelar um galalau estribado da Aldeota.

- É o que dá pelejar com canelau, catiroba, fulerage, - pensava ele- ganhei um chapéu de touro, mas não tem Zé não, aquela marmota tá mesmo só o buraco e a catinga. Dá é gastura.

Chegando em casa se empriquitou de vez e rebolou no mato todas as catrevage da letreca: uma alpercata, um gigolete amarelo queimado e uns pé de planta que ela tinha trazido enquanto iam se amancebar.

Depois se empanzinou de sarrabui e panelada e foi dormir pensando nas comédias.

* se não conseguir entender, peça a um nobre colega cearense pra traduzir.

Ravatsky
Enviado por Ravatsky em 27/06/2006
Código do texto: T183380