Pierre-Auguste Renoir, 00003045-ZDELICADEZAS!
Conheci uma senhora extremamente educada.No esplendor dos seus oitenta e cinco anos,parece uma figurinha de biscuit,frágil,rosada,pequenina e vestida à maneira do século XIX.
Para ela o tempo parou.
Contando com muita satisfação trechos da sua vida,diz não poder se conformar com esses avanços da imoralidade no mundo de hoje.Garotas que dormem nas casas dos namorados,palavrões cabeludos em boquinhas tão belas e inocentes,trajes exíguos que mais despem que vestem,sexo quase às claras.
Ela me diz,candidamente,que,quando se casou aos quinze anos,ainda acreditava na cegonha.
O jovem marido foi carinhoso e compreensivo.
O casamento foi se consumando aos pouquinhos,com muita persuasão e muito respeito.
Um mês após o casamento,sua criada,a Maria,a faz-tudo da casa,adoeceu;coube a ela ir  às compras.
Desajeitada,apanhou a lista que a própria criada preparou  e partiu para a mercearia.
Comprou arroz,manteiga,vinho,ervilhas,frutas frescas e em calda,açúcar,pão e até palitos.
Daí,deparou-se com um item,no mínimo,incomodativo,o papel higiênico.
Ficou imaginando como pedir essa coisa sem parecer grosseira.
Meio embaraçada,procurou o caixeiro e educadamente,perguntou:
-Senhor,aqui tem aqueles...aqueles...aqueles...guardanapos para o posterior?

 
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 29/09/2009
Código do texto: T1837654
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