NO TREM DO FORRÓ DE CAMPINA GRANDE - Matéria do Cantinho do Zé Povo-O Jornal de Hoje-Natal-RN-Ed. de 03/04 de outubro de 2009

Minha gente; hoje estou repassando prá Vossas Insolenças (valei-me Cel. Ludrugero!), o causo de número 368. Dividindo esses 368 causos por 52, que é a quantidade de sábados de um ano; teremos 7 anos e um mês que o Cantinho do Zé Povo desfruta dessa vitrine de cultura popular nordestina, gentilmente franqueada pelo Dr. Marcos Aurélio de Sá; e tenta, além de colocar um sorriso no rosto de cada leitor, transmitir paralelamente (mêrmo na fulêrage ô gaiofança), além de divertir, uma mensagem de amor; fraternidade e de calor humano. Daqui prá frente, vô relatá o texto, misturando a linguage qui aprindí no Colégio Marista de Natal, cum a linguage do matuto, na pessoa do meu cumpade Júlio Prêto, qui me insinô tudo da curtura populá nordestina. Alguém haverá de dizer que eu descambo, não raro, para o domínio da “fulêrage braba, aquela que não mascara a geografia do côipo humano cum a rôpage duis nome da ciênça”... Mais, minha gente; pode acreditá no “poeta matuto cum nome de americano” (Bob Motta); qui inté hoje, o Dr. Maico Orélio de Sá, ainda num arrecebeu ninhuma recramação dais acuntecênça matuta qui eu passo prá vocêis todo sábo. E se recebeu, como um gentleman (êita; é assim mêrmo qui s’iscreve ?...) que é; deve ter dado a quem reclamou, as explicações cabíveis em defesa desse amigo de todos (as) vocês e dele também. De mais a mais, “nada é impuro para quem é puro”! Mais, meu povo querido; “êsse leriado tôdíin é mode eu imburacá no causo de hoje”, e que me foi fornecido pelo meu colega, o escritor Rui Vieira, funcionário aposentado do Banco do Brasil de Campina Grande-PB. Pois bem! Nessa onda de “o maior São João do Mundo”, foi incluído nas comemorações da “Rainha da Borborema”, há bastante tempo, o “trem do forró”. O bicho “láiga de Campina inté Galante; e é forró in banda de latra”! Meio mundo de biritêro cum mais meio mundo de muié, aigumas biritêra tombém, turistas de todos os lugares possíveis e imagináveis, com os propósitos mais diversos no evento; propósitos esses, confessáveis e inconfessáveis também. Como foi o “causo” daquela turista que bem no mêi da fuzarca, inventô de inventá de “se ingraçá de um anão que tocava pandêro”... Quando numa das paradas, perto da “Peda do Ingá do Bacamarte”, a turista resolveu ir aos finalmentes com o anão; e nem precisô de mais de um convite. O anão, “inxirido qui só mão de partêra”, tirô onda de galã, laigô o pandêro in riba de um taburête e agarrô-se cum a turista no ato... Veja só o “presépe”, querido leitor (a); ela com seu metro e setenta e cinco de altura, arrastando a tiracolo, o peste do anão com aproximadamente 90 cm... E não se fizeram de rogados, muito menos tentaram disfarçar. Entraram num dos banheiros do vagão e de cara, se depararam com outro problema. O espaço não dava para o casal deitar no chão. Mais, nessas hora, meu fíi; a “imaginação fulêrágica trabáia a tôdo vapô”... A turista e o anão, simplesmente pegaram o cesto de papel higiênico, que era um tambor de 50 litros, viraram o recipiente de boca prá baixo, encostaram na porta, onde a turista colocou o anão com as costas na porta do banheiro e em pé, em cima do tambor virado. E começaram no “amassa, amassa e no vai-e-vem mais disinfiliz do mundo”, quando de repente o anão começou a se contorcer e a gritar:

- Ai, ai, aaii, aaaaaaiiii, aaaaaaaiiiiiiiiiiii, aaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiii...

A turista, literalmente “arfando”, com a respiração entrecortada, falou para o anão:

- Que coisa, meu filho; nas minhas andanças, já tenho pegado homem de todo jeito; mas assim, quente que nem você; nunca peguei. Mal nos começamos e nos primeiros movimentos você já chegou ao clímax?!

E o anão, entre uma respiração e outra, ajuntou:

- Qui crímax qui porra ninhuma; eu tô gritando é mode o cotôco da macinêta da porta, qui tá entrando no meu “faró trazêêêêêêêro”!...

Bob Motta
Enviado por Bob Motta em 03/10/2009
Código do texto: T1845730
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.