A infâmia.

Todo mundo conhece a historia da arca de Noé, não é!...

Mas poucos conhecem a historia dos bichos que foram convocados para acompanhar a arca.

Eu conheço a historia muito interessante de um desses bichos.

Trata-se, nada mais, nada menos, que do papagaio;...Que como todos, também não acreditava nem um pouquinho naquele tal dilúvio que tanto ouvira falar.

E enquanto Noé construía a arca, tentava convencê-lo do que estava pra acontecer.

Mas ele se recusava incontestavelmente a acreditar.

E Noé com toda a sua sabedoria e bondade, sempre dizia ao papagaio, que o acompanhasse na arca enquanto era tempo, ou então, arrumaria outro bicho para por em seu lugar.

Mas o papagaio era irredutível e realmente não queria o acompanhar.

Quando finalmente a arca ficou pronta, Noé ainda disse pela ultima vez, para que o teimoso do papagaio o acompanhasse.

E novamente o dito cujo se recusou, e ainda debochou daquela situação, que considerava ridícula.

Então, o tempo começou a fechar, e aquelas nuvens cinzentas e pesadas começaram a formar-se no céu...Mas assim mesmo o papagaio não teve medo, e dizia não ser nada, que ia apenas cair uma chuva comum de verão.

Então começou a pingar, e a pingar mais grosso e mais grosso, quando menos se esperou, já estava um choverão danado que não parava mais.

Horas e horas, dias e dias, e o papagaio começou a ficar preocupado, e a água começou a subir na montanha, e ele subindo junto com a água, até que chegou no topo da montanha, e ele então caindo em si, desesperado, foi de encontro a Noé pedir a para que o deixasse entrar.

Mas Noé, mesmo compassivo, com muito senso de justiça, disse ao papagaio que não havia mais condições dele entrar, pois a arca já estava completa, e ainda indagou que haverá lhe prevenido do que estava se as sucedendo.

E o papagaio arrependido, pedia para entrar.

E Noé decidido não o deixava entrar.

E a água lhe cobrindo as patas, e ele implorava; - deixa Noé...

E Noé negava.

E a água lhe cobrindo os joelhos, e ele pedia; - deixa vai, Noé...

E Noé não deixava.

E a água já em sua cintura e ele implorava; - deixa Noé, pelo amor de Deus...

E Noé, em nome de Deus, não deixava.

E a água agora em seu pescoço, e ele novamente pedia; - deixa Noé...

E Noé novamente negava.

E nas pontinhas das patas, não parava de pedir; - deixa Noé...

E Noé, não parava de negar.

E a água lhe cobrindo o bico, e ele desesperado dizia; - deixa Noé glub glub glub glub....