O dodói de Fernanda!!

O dodói de Fernanda

Estávamos na fazendo havia cinco dias. Muito calor, sol, piscina, liberdade. Mas nem tudo são rosas e morangos. O exagêro sempre toma conta da gente nessas férias. Muitas comidas, muitas caminhadas, banhos de cachoeira... Claro que tanto descuido pode causar mal-estar. E assim foi que numa manhã acordamos com o choro de Fernanda, minha sobrinha de 6 aninhos. Todos corremos e fomos ver o que estava acontecendo. Ela chorava de dor de ouvidos. Minha cunhada tratou de levá-la ao médico na vila, distante uns 15 quilômetros. Minha sogra, muito prestativa, apressou-se em aquecer uma toalha e fazer com que Fernanda segurasse junto ao ouvido, aliviando temporariamente a dor da menina. Meu sogro que tem problema de próstata, comentou que para ele, uma toalha quentinha ajudava em muito aliviar sua dor nos momentos de crise.

Já era perto da hora do almoço quando voltamos para casa e Fernanda acabara dormindo pelo caminho, em meu colo. Tratei de levá-la para o quarto e acomodá-la na cama, para que pudesse descansar depois de tanto chorar.

O médico havia receitado analgésico tópico e também um anti-inflamatório, e que dois dias depois a levássemos até ele, novamente.

Por volta das duas da tarde, eis que aparece na varanda, onde nós estávamos, a menina do dodói no ouvido. Ela veio querendo colo, dengosa, fazendo todo charminho que ela podia fazer. A mãe afagou-lhe o ouvido, delicadamente, dizendo que agora já estava bem melhor, que não iria mais doer, que ela não podia ir se molhar, não poderia ficar no sereno, não poderia ficar pulando como sempre fazia, e etc, e etc...

A menina foi se cansando de tudo aquilo e choramingou diante de tantas restrições. Meu sogro, na tentativa de ser solidário, falou que ele, depois do problema em sua próstata, também teve que mudar alguns hábitos, que não ficava no sereno, não se molhava no rio, etc, etc, etc

A conversa tomou outro rumo e não se falou mais no dodói de Fernanda, muito menos na próstata de meu sogro. Minha sogra resolver fazer fogo no fogão à lenha e imediatamente Fernanda apanhou a toalha e foi aquecê-la. Esfregou na chapa morna, tantas vezes até que se cansou do "remédio". Esfregou mais um pouco e levou a toalha para meu sogro, dizendo: - Toma aqui Vô, agora é tua vez! A minha próstata já tá bem quentinha...

NENINHA ROCHA
Enviado por NENINHA ROCHA em 06/07/2006
Reeditado em 09/08/2006
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