O DIA EM QUE EU MORRI

Quando eu morri, não chorei...

Nem tão pouco vi, choravam os outros

Se perguntando entre si:

Porque foi que eu morri?

Não vi o caixão, seqüelas, as rosas amarelas...

Ou mesmo quem era aquela que de lado,

Olhar esguelhado, indagava:

De que foi que eu morri?

Não teve respostas as prosas mortas,

Mais mortas que a morta no caixão!

Entre si, se perguntavam:

De quem era o meu coração?

Cada qual queria ver mais de perto,

Se era mesmo um corpo morto,

Ou se era um anjo torto,

Fazendo troça, decerto!

Só não se chegava há uma conclusão:

Enterrava ou não! Sepultava-se

Do jeito que a morta encomendava:

Sepultada sem caixão!!!

Tinha dito antes a morta:

Tirem à tampa, deixem atrás da porta...

Que pro meu caixão,

Não fará falta não!

Quando te vi, sem jeito...

Olhar profundo... Lágrimas peito afora! Desmaiei!!!

Não vi. Agora saboreio o truque.

São só os palhaços ou é a trupe?

Choravam por mim, por quem não chorei!

Debruçaram-se em prantos, por quem não debrucei!

Deixar-te abandonado?Jamais te abandonarei...

Foi tudo truque, enganos: Só desmaiei!!!

Eula Vitória 12/06/00

Eula Vitória
Enviado por Eula Vitória em 05/11/2009
Reeditado em 21/07/2012
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