OU EU OU O CACHORRO!
Há um ano que ele botou na cachola que ia casar. Chega de ficar solteiro, estou com 35 anos, está na hora-- dizia para os amigos. Arrumou uma namorada; a moça era da sociedade carioca, moça de praia e com grana, corpinho bem feito. Casou em 6 meses de papel passado, mas entre eles havia um cachorro. Um lulu que tinha direito adquirido, dormia com ela há cinco anos.
Na primeira noite, ele conseguiu contornar e o cachorro ficou do lado de fora do quarto, mas ganindo na porta... E ganiu mais ainda quando sentiu que sua dona caiu em êxtase nos finalmentes.
Nos outros dias, o cachorro entrava no quarto e se aboletava na cama, logo depois da novela da Globo. É bem verdade que não interferia em nada, de olho bem aberto ficava quietinho nos pés da cama, mas aquela morrinha era insuportável.
Dois meses depois , sentindo-se senhor da situação, ele disse:
- Ou eu ou o cachorro!
- O cachorro. O Xerxes não sai! Ele é melhor que você!
Ele viu o mundo desabar. Não entendeu nada. Embirutou.
Tem um mês que está fazendo análise e sem previsão de alta. Dizem que sofre de síndrome do cachorro morrinhento, mas será só isso?