A HIPOCRISIA E O BIFE


       Minha saudosa Maria, contava-me esta pequena história-lição, na minha infância de menino pobre, mas com princípios Cristãos, aos quais ela sempre enfatizava: - Ser pobre não é vergonha, é apenas uma condição de vida, que pode mudar,... filho!

   Dona Creusa,era uma daquelas mulheres,que causava furor em estatua e achava-se a mais bela do bairro, tendo a petulância de dizer que não tinha sido rainha do melhor clube da cidade, porque não quis. Tratava à todas as pessoas que se acercavam, com empáfia e desdém e tudo o que possuía, era melhor, ou tinha maior valor. Quando chegava em casa usava a buzina do carro para chamar a empregada insistentemente e os berros para chamar a atenção da vizinhança.  
  Fazia questão de tirar os sacos de compras antes de entrar na garagem e chamava as suas crianças para ajudar.
   Minha mãe, e suas amigas, não agüentavam mais tanta arrogância e pose, ainda mais que a situação no pais estava recessiva e os salários arrochados, pelo governo, não davam para comprar um sexto básico. E o que mais chamava atenção da turma era que Dona Creusa , batia  na carne, para amaciar e fazer bifes.
  Reuniram-se então todas as amigas e resolveram investigar (frestiar)a tão tradicional bateção. Para a surpresa geral e sem que Dona Creusa as visse, puderam assisti-la batendo em uma taboa de carnes ,com um pau de macarrão ,em nada mais nem menos...que um esfregão de aço. Uma das amigas de mamãe não resistindo deu uma risada alta e gritou:
   - Olha lá, olha lá, o bife é de mentira, ela qué nos enganá!
   Dona Creusa, ficou pouco mais de uma semana no bairro. Mudou-se para lugar incerto e não sabido, mas a lição do bife chamais foi esquecida: As aparências enganam!
   A história é engraçada, mas vivemos assim no mundo atual, pois o bife é nosso modus operandi, o esfregão a falsidade que vivemos e o pau de macarrão, a natureza revoltada com tanta hipocrisia.
 Fomos descobertos e haverá mudanças drásticas e sem bifes.      

Gildo G Oliveira
Enviado por Gildo G Oliveira em 12/03/2010
Código do texto: T2135162
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