O MOLEQUE VOYEUR

Vou contar o causo do moleque Gersinho, que ganhou o apelido de “Missunga”.

Éramos três moleques mais ou menos da mesma idade, entre treze e quatorze anos. No clube esportivo de nossa cidade, foi inaugurada com muita pompa, uma piscina. Todas as pessoas de certo poder aquisitivo compraram uma cota do clube para poder usufruir da novidade. Eu e meus colegas de pobreza franciscana ficávamos do lado de fora, vendo os sócios entrarem e saírem. Um dia o Gersinho falou:

-Eu subi no muro do clube e fiquei olhando as mulheres lá na piscina, tem cada cochuda...

Resolvemos ir lá conferir. O muro era alto e eu falei:

-Fica cês dois aqui embaixo e eu trepo no ombro doceis pra mim oiá lá dento, depois nois troca de posição.

Assim foi feito subi no ombro deles e fiquei olhando a mulherada deitada se bronzeando. Todas usavam maiôs, que não deixava quase nada a mostra. De repente saiu do vestiário uma morena com um biquíni minúsculo, grande ousadia para a época, principalmente em cidade pequena. Toda bronzeada, parecendo lombo assado. Eu pensei:

-Puta merda, esse “trem” cru já é bão, imagina assado...

Gersinho pediu para ver um pouco, eu desci e me agachei para ajudá-lo a subir ao muro. Ele subiu em nossos ombros e já arregalou os olhos ao ver a morena de biquíni. Ficou lá babando. Como ele era gordinho, e eu franzino, comecei a arriar. E fui baixando lentamente. A morena se levantou e dirigiu-se a piscina. Ele endoidou e na ponta dos pés falou:

-Me sunga, me sunga!

* * *