Não sei se hoje ainda é assim. Os assentos dos trens giravam, de sorte que você poderia viajar de frente para a poltrona de junto, e isso facilitava em muito quando se viajava com amigos e parentes.

            Pois bem, um senhor vigário estava viajando para sua paróquia quando, na primeira estação da escala o trem parou. Muita gente desceu e outras tantas subiram, dentre elas uma gostosa e jovem mulher com uma saia justa, acima dos joelhos, e se sentara justamente à frente do padre.

            O lance era imperdível, mas o sacerdote não podia ficar olhando escancaradamente, porquanto daria mau exemplo aos passageiros de um modo geral. Passava um rabo de olho, arriscava outro, e isso lhe tirara a tranquilidade de sempre... Agitou-se, por mais que tentasse disfarçar não conseguia, sempre via a cena palpitante, cuja tela era limpinha e o filme convidativo.

            Cabecinha vinha logo no banco de trás. Vendo a agonia por que passava o padre, tocou-lhe o ombro. – Pois não filho, o que deseja? – Padre, se essa batina fosse de bronze...que badalada!!!

A risadagem foi geral.