"MINEIROS E MINEIRAS QUE ESCREVEM NO RECANTO DAS LETRAS: UNAMO-NOS!!

De repente reparei que nós, os que nascemos no mais especial de todos os estados brasileiros, Minas Gerais, além de sermos encontrados em todos os recantos da Terra (por enquanto só da Terra. Por enquanto...), estamos também, em grande número, aqui no Recanto das Letras. É um tal de encontrar escritores de Belo Horizonte, Pouso Alegre, Lavras, Varginha, Conselheiro Lafayette, Sete Lagoas, Betim, Iapú, Inhapim, Conceição do Mato Dentro (Dendonde? Dendonde qui pusero o mato na Conceição?), etc., etc.,etc. e tal., que não acaba mais.

Assim sendo, levando em conta a vantagem numérica, sem contar a intelectual, pensei em convidar todos meus conterrâneos, apenas os conterrâneos - nada de estrangeiros oriundos de outros estados – a fundarem comigo a Academia de Letras Virtuais Mineira, a “Aclevim-UAI (o uai depois da sigla é só pra mostrar que é coisa nossa. Mineira mesmo), com oS objetivoS principais de:

- dominar as letras recantistas graças ao nosso imenso potencial artístico nato;

- linchar (virtualmente, é claro..) em conjunto àqueles que por qualquer motivo vierem a nos desagradar;

- criticar acerbamente qualquer um que denigra, por mínimo que seja, nossa terra, nossos hábitos, nossa sagrada culinária, nossos patrimônios da humanidade, nosso jeito de falar tão conciso e bem feito que até dispensa muitas sílabas e, principalmente, nosso belo e inimitável sotaque (paulista tentando imitar nosso sotaque é coisa de dar dó. Carioca, então, nem se fala...).

Um dos mais belos sons que meus ouvidos captavam na juventude era a fala de certas mineirinhas de Beagá sussurrando perto de uma de minhas orelhas: “Chapisco ruim dimais da conta o desse muro, sô..Tá mi ralando toda...Vai mais divagar, vai...”.

Aquela porcentagem da fala que sai pelo nariz das mineirinhas, e que ocasiona uma quase imperceptível tremidinha em cada palavra, é que dá todo o charme ao sotaque-feminino-mineiro, conclui após longos, minuciosos e científicos estudos.

Não quero, no entanto, que criemos a ACLEVIM-UAI apenas e tão somente para mostrar ao mundo o quanto vale uma grande reunião de mineiros, mas principalmente para que possamos estudar, em conjunto e muito profundamente, o que seria da humanidade se nós, os nascidos em Minas Gerais, não existíssemos. Eu, pessoalmente, creio que o planeta Terra estaria ainda vivendo mais ou menos na Idade da Pedra. Mas posso estar enganado. O que é absurdamente difícil, diga-se de passagem.

Ps: Comentários sobre esse artigo podem vir de escritores de todos os outros estados do país. Serão bem vindos.

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 16/04/2010
Reeditado em 16/04/2010
Código do texto: T2201269
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