OS AVALISTAS

Um usineiro, para conseguir financiamento junto a um banco considerado uma potência entre seus pares, pressionado por seus antecedentes de mau pagador, recorreu à velha prática de conseguir dois avalistas de menor expressão no mercado financeiro, a saber, uma prefeitura e um outro usineiro de média capacidade, pretendendo assim conseguir as benesses de juros subsidiados. Ocorre que, desde o início não era de sua pretensão saldar aquela dívida, senão poder rolar o principal e prorrogar os pagamentos até não mais poder.

Na hora de pedir o aval dos outros dois, compromete-se, documentadamente em todos os termos jurídicos e legais, cumprir à risca o contrato assumido, apresenta todas as garantias exigidas, penhora em contrato todos os seus bens e consegue o que quer.

O tempo passa (o tempo vôa), começam os vencimentos e não há pagamentos. As desculpas são as de sempre, mercado ruim, exportações em baixa, perseguição política, etc. A potência bancária vai então atrás dos avalistas, entra em cena o prejuizo social do fechamento da unidade fabril, o desemprego, os bens anteriormente dados como garantia já foram repassados a familiares e laranjas, e a conta vai sendo rolada com novos empréstimos, entra em cena uma falência (quase sempre fraudulenta) pois os contratos originais não têm cláusulas suficientemente legais para coibir determinadas ações, e o prejuizo vai para o governo que assume os passivos e os cobre com dinheiro do erário.

A historinha quase sempre acaba assim. O povo deixa de ter suas necessidades atendidas para cobrir rombos orçamentários. E tudo volta a girar como dantes, acabando por cair no esquecimento e na vala comum das desculpas. "Não foi na minha gestão!" , "O outro avalista já não tem mais nada a ver pois vendeu sua usina!",

Fim da história, agora vem o humor (será?)............

Turquia e Brasil são os avalistas do Irã.

A grande potência, em se sentindo lesada, a qualquer momento, vai atrás do credor e dos seus avalistas, com o argumento de que o "tratado" não é seu. Vamos rir agora da grandiosidade dessas duas potências que estão cutucando onça com vara curta. Quando chegar a hora do choro, pelo menos já demos nosso sorriso vencedor. Ah! e a hora vai chegar. Na briga entre a maré e o rochedo, quem se espatifa é o marisco.....

neanderthal
Enviado por neanderthal em 17/05/2010
Reeditado em 01/11/2010
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