CARTA PARA UM DEPUTADO

     O senhor José da Silva, conhecido por “Zé do Bode”, escreveu recentemente uma carta para um deputado, externando o arrependimento por nele ter votado. Para que a carta fosse lida pelo deputado, ela foi refeita, ou melhor, traduzida para uma linguagem menos popular.

CARTA ORIGINAL:

Deputado sacana e filho de uma puta,

     Estou mandando esta carta para dizer que estou de saco cheio com essa sua conversa mole pra boi dormir quando chegam as eleições. Eu não sou mais besta para votar em você. Sua situação aí em Brasília é muito boa, mas fique sabendo que a rapadura é doce mas não é mole não. Quando votei em você eu fui enganado, pois quem vê cara não vê coração. Você aí só faz merda. Eu quero também dizer que você ainda vai pagar por isso. Quem com o ferro fere com ele será ferido. Pra terminar, home, vá tomar no rabo!

Zé do Bode

CARTA REFEITA:

Excelentíssimo senhor membro da assembléia legislativa federal, responsável por freqüentes atos reprováveis, e filho de mulher que troca conscientemente favores sexuais por interesses não sentimentais.

     O envio deste elemento postal é para externar que já estou com a minha bolsa escrotal inflada com esse seu colóquio flácido para acalentar bovino quando se aproximam as eleições. Gostaria de esclarecer que não sou mais um animal quadrúpede que carrega pesadas cargas. Portanto, não mais depositarei a cédula eleitoral favoravelmente a você. Acredito ser muito boa a sua situação aí no Distrito Federal, no entanto, saiba que a deliciosa guloseima cearense possui altas taxas calóricas mas é dotada de incrível rigidez. Eu me equivoquei quando confiei o meu voto a você. Contudo, aquele que visualiza semblante deixa de visualizar miocárdio. E estou muito decepcionado com seus atos, constatando que você ai simplesmente o que tem feito foi excretar pelo orifício anal o final de resíduos de restos de alimentos digeridos. Gostaria também de adverti-lo de que quem com o metal proveniente da hematita causa escoriações, com este será corporalmente lesado.
     Encerro aqui esta minha missiva com uma sugestão: procure transformar em entrada o que até hoje você tem usado como saída!

Atenciosamente

José da Silva