Vai... Vai descendo a calcinha, vai



Já era mais de meia-noite na localidade “Pau d’arco”, interior de Caxias (MA), dois sertanejos voltavam de uma reza, oportunidade que deparam em frente à casinha de palha do velho Zé da Paixão. E de repente, ouvem algo estranho:

-Vai... Vai descendo a calcinha, vai. Vai, meu bem. Deixa eu tirar de lado só um pouquinho bem devagarinho.

Um deles indaga ao senhor Mariano:

-Zé do bucho, tu tá ouvindo aqueles gemidos?

-Tô sim, e parece que o cabra tá fazendo o serviço.

-Que nada home, o Zé da Paixão já tá bem velhinho.

-Tu ainda tá nessa e pra que serve a boca?

-Bento tu só fala eguagem.

Enquanto isso, a voz sobressaia mais forte:

-Vai minha florzinha. Vai... Me deixa tirar essa calcinha direito.

Lá fora em frente da residência.

-Tá ouvindo Zé? Eu não aguento mais isso, vou entrar na casa do velhinho e saber que diabos tá acontecendo. Sei lá... Às vezes pode ser um desses caras tarados da cidade que não tem muié.

Ao abrir a porta de talos de buriti, o velhinho indaga.

-Quem tá aí?

-Ô de casa, sou eu Mariano da Pindaíba. O que tá acontecendo home de Deus?

-Não é nada não. Mais o que tu faz essas horas por aqui?

-Eu assuntei tudo lá fora e ouvir alguém mandando descer a calcinha e a fêmea gemia. Por isso tô aqui pra saber que diabo é isso. Cumpadi faça mais baixo essas coisas pra ninguém ouvir.

-Não é nada disso que cê pensa não. É que a Raimundinha tá com caganeira desde ontonti e pra tirar a roupa dá uma trabalheira desgraçada. Também coitada é paralítica.




ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 20/06/2010
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T2330801
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