Carnaval FDP 2010 III

Bom, e lá vamos, terceira parte.

E então saímos da praia e fomos para a casa da menina. Conforme vamos chegando, soltamos a mão, o coração acelera, suo frio. Engraçado, já fiz isso um porrolhão de vezes, e é sempre assim. Vai lá Símio, o que pode acontecer de mal? Se não abraçar, beijar ou coisa do tipo, você passa como amigo, afinal, está muito cedo para asumir compromisso.

Abrimos o portãozinho da casa de muro baixo, a família estava no quintal. Vários olhos curiosos olharam para o casal que adentrava ao terriro. Oi gente esse é o Símio, com cara de simpático sorria.

- Essa é a minha avó, minha prima, minha outra prima, meus tios, minhas tias, meu pai, minha mão e... cadê meu irmão? Inquérito da Plícia federal:

- E ai Símio, tudo bom?

- Opa, tudo.

- Mas você demorou. Foi o trânsito ou o que?

- Foi o trânsito e o que! Peguei seis conduções e sete horas de viagem.

- Po ai esse você não merece- disse o tio para a moça.

O pai me avaliava com os olhos miúdos. A familia ainda estava postada a minha frente, de cara percebi que dois tios dela não valiam nada, eram dos meus. O caras zuavam pacas, eram muito legais. A derrota se aproximava com a pequena faladeira, a priminha de 7 anos.

- Prima, o que ele é seu?

- Para de graça garota, vai brincar pra lá.- porra que garota chata.

- Ah fala prima que que ele é seu?

- Pera ai prima, dexa eu entrar.- ela olhava para a familia como que pedindo ajuda. Eu estava com os olhos baixos, ela segurou minha mão fria.

- É o namorado dela, pronto!- gritava a tia que só falara aquilo o carnaval todo.

- Ele é o seu namorado?

- É...

Fudeu, ganhei uma namorada por livre e espontânea pressão. Ela me olhou com cara de bunda. A tia que se adiantou disse para que ela me desse café. Senhores, eu estava faminto, mas certamente não comeria a quantidade para encher o bucho. Comi apenas um pão, querendo comer quatro. Víamos a tv e eu fazia comentários com os tios camaradas, a família foi muito simpática e me receber muito bem. A primeira que eu impressionei foi vovó, procure o líder, os demais aceitarão se ele aceitar. Fomos para a rede, eu estava intimidado, duro feito um robô, mas não me entregava. A tia gente boa, não a xexelenta que me arrumou a namorada, me diz que se a mãe da moça não se importasse, podería dormir lá. Recusei com vemência o convite, disse que não precisava, não queria incomodar. Um churras co começa a se armar, a fome ainda torturava.

Numa determinada hora, vou embora, me despeço sob protestos da tia e da vovó, que a essa altura estava me chamando de neto. Fomos para o ponto, a moça insistia para que dormisse lá, a idéia até atraía, mas não teria cara pra isso. Mais de uma hora no ponto cedo aos apelos da moça, eu dormiria lá, mas com uma condição, queria um kit de sobrevivência. Juro por Deus que pensava em dormir na praia, deixaria meus pertences com ela, no máximo comeriam a minha bunda na areia. Mas meu celular era mais caro que o meu lombo, tenho a bunda peluda mesmo, acho que não vale muito. Procurávamos escova de dente, pasta de dente e um desodorante. Rodamos todas as espeluncas abertas e só achamos sabonete, vinagre e cerveja. Frustradíssimo voltei com ela.

Chegamos e eu não tinha onde enfiar a cara. O tio logo arrumou um prato e mandou que eu me fartasse da bóia. O churrasco esta cheiroso, mais uma vez, comi menos que eu queria. Hora do banho, arruma ai uma toalha pro rapaz. Enquanto a moça iria providenciar a toalha a tia veio e ofereceu carona para o dia seguinte. A carona seria com os pais da moça, aceitei, ligo pra minha mãe e peço pra que ela troque a passagem. Vou para o banho, pausa para a descrição.

* Toalha das meninas superpoderosas de criança; Eu olhei e me mijei de rir.

* Chuveiro elétrico queimado e dando choque, mas nunguém avisou;

* Como consequencia do ítem anterior,a água era gelada e de poço. Em Jaconé faz frio a noite, imagina água de poço, no frio e a noite.

Sacanamente e reconhecendo minha patética condição, tirei uma foto enrolado na toalha das meninas superpoderosas. Saio do banho, discretamente solicito um desodorante, ela veio com um Rexona, ok. Atentem para o detalhe de que a roupa, incluindo a cueca, era a mesma o dia todo. Eu dormiria com o pai da moça, mas antes iríamos, ela e eu, far uma volta pela praia. Amasso na praia é sempre bom, no caminho descubro que enquanto tomava banho era feito um balanço sobre mim, fechei no verde. Voltamos quase 01:00 e era pra estar lá a meia-noite. Batemos na porta e o pai dela atende puto, acabou anoite e as preocupações. Nada nada, eu ronco quando estou cansado, e eu estava canasado pra cacete. Tentei dormir a noite toda de barriga pra baixo, se não, roncaria que nem uma porca prenha.

Acordamos, agora aguardem o próximo texto pra saber sobre a volta pra casa. Se acham que eu já paguei todos os meus pecados se engamam, o pior está por vir. Vejam o que um mecânico preguiçoso pode fazer!

Símio
Enviado por Símio em 05/07/2010
Código do texto: T2358835