AH! SE MINHA MOTINHA FALASSE...

Muitos achavam que era questão de tempo e logo eu deixaria essa mania de moto.

Tive carros populares e de luxo. Também já andei em motos grandes e potentes.

Agora, posso afirmar com toda a certeza de que gosto mesmo é da minha motinha.

Fomos filmadas em noticiários; conhecemos gentis motoqueiros que nos protegeram em corredores de engarrafamento; chegamos sempre pontualmente nas reuniões de trabalho; visitamos todos os familiares em qualquer lugar que se encontrem; enfim, sempre prontas para qualquer desafio.

Vivemos aventuras sérias e hilárias.

O causo mais recente e mais engraçado, foi o de uma mocinha que, certamente, imaginou que eu seria um belo rapaz.

Eu estava tão bem equipada com um grosso casaco, luva, bala cava e óculos escuros, que não posso culpá-la.

A maluca aproveitou quando tive que passar por uma entrada clandestina bem devagar e sentou na garupa já agarrando e dizendo que estava com medo das pessoas na parada do ônibus. Pedia que a levasse para um lugar mais seguro.

Eu acreditei e consenti que ficasse na garupa enquanto eu manobrava para deixá-la em algum lugar longe daquela parada de ônibus. Mas, fiquei preocupada, pois não tinha um capacete reserva para que ela usasse.

Minhas preocupações tomaram rumos mais complexos quando a maluca começou a apertar demais o meu corpo que felizmente estava bem isolado com o casaco.

Resumindo, fui atacada e quase estrupada por uma mocinha inconsequente. Consegui sair dessa sem precisar mostrar que não era um rapaz e, até fui muito objetiva, pedindo para sair imediatamente da garupa.

Claro, tive que imprimir um pouco de força e acabei despachando a doida com uma certa violência....
Não fiquem zangados comigo....
Ela não fazia mesmo o meu tipo.

Ãh! ....
Se alguém saiu ferido?

Nem sei... não olhei pra trás.


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