Analfabetismo Funcional

O analfabetismo funcional aplica-se àquelas pessoas que lêem e escrevem, mas não conseguem interpretar o sentido verdadeiro aplicado ao texto lido. Isso acontece com muitos seres humanos. É uma realidade bastante triste, porque, imagino eu, que esse tipo de pessoa sofra muito e por acontecimentos extremamente banais. Tudo por não conseguirem ler as entrelinhas e por levarem o contexto sempre no seu sentido literal, ao pé da letra. Vejamos agora um fato bastante corriqueiro:

Seu namorado chega pra você e diz: - querida, você é como as flores, comprei-lhe um presente que é a sua cara!

Não, ele não te comprou um regador, muito menos um saco de adubo! Com certeza, ele deve ter comprado um perfume, que se refere ao cheiro das flores, ou uma langerri (sim, é assim mesmo, estamos no Brasil!) delicada, como as pétalas das flores! Entendeu? É disso que eu estou falando, é disso que se trata o analfabetismo funcional. Temos que abrir nossa cabeça, colocar nosso raciocínio lógico pra funcionar, até porque, o mundo está cheio de metáforas, cheio de figuras comparativas, que nos exigem um pouquinho (não muito!) de percepção do que está implícito, ou seja, escondido, que não foi realmente escrito, mas apenas sugerido.

Por isso é que devemos nos calar quando não temos certeza do que realmente se trata o assunto, pra não nos passarmos por analfabetos funcionais, ou ignorantes, caso a funcionalidade das minhas palavras não esteja sendo suficiente!

Aproveitando o enfoque, gostaria de citar uma pequena estrofe de uma poesia minha, “Metonímia de Sentimentos”, que enfatiza muito bem o que eu quis dizer aqui:

A Arrogância fala

A Simplicidade cala

A Luxúria exala

A Vaidade avassala

Não é a arrogância que fala, são os arrogantes que insistem em ser os absolutos da certeza, é o abstrato agindo pelo concreto. Isso é ler nas entre linhas, e assim devemos ser, porque se levarmos tudo ao pé da letra, à ferro e fogo, chegará uma hora em que estaremos sozinhos com o nosso “analfabetismo”. Pensem nisso!