BOLAS, EU NÃO TIVE CULPA ! - 6 parágrafos

Tempos atrás ao fazer uma longa caminhada a pé estava desejo de ganhar uma carona com destino a Presidente Olegário, onde eu pretendia pernoitar na casa de um amigo por nome João Pinheiro. Pude perceber que havia uma árvore com bela sombra no triângulo geográfico da bifurcação onde eu poderia descansar um pouco. Notei que a estrada vicinal, antes de entrar na principal, se abria em duas vias. Tal fato proporcionava ao motorista que fosse para a direita, já entrar na via em sua mão, entretanto o que fosse para a esquerda teria que cruzar a via para pegar a pista de rolamento da direita. No momento chegou um carro com dois ocupantes, que tomou o galho da direita, porém antes de entrar na pista deu marcha-a-ré e entrou no galho da esquerda, mas não cruzou a pista, antes deu ré e tomou novamente o galho da direita, todavia não seguiu pela via naquele sentido; parou no acostamento e do carro saíram os dois rapazes com a seguinte discussão: João Pinheiro fica à direita, meu chapa! Nada disso meu, fica à esquerda! - dizia o outro!

Me vendo ali, o que optava em ir para a direita me disse:

-Ei, o senhor sabe nos dizer para que lado fica João Pinheiro?

-Fica para a esquerda, se me levarem será muito bom, pois eu pretendo pernoitar em sua casa esta noite.

Foi assim que tive a previdente carona, mas chegando em Presidente Olegário foi difícil lhes explicar que o João Pinheiro que eu conhecia era um amigo meu ali residente. Vale dizer que eles se encontravam a 90 quilômetros distantes da cidade a que se destinavam, cuja rota irremediavelmente teriam que voltar!

-Bolas! Eu não tive culpa!