Da série Folclore do Piaui

Paixão canina

O rolo veio da cidade de Monsenhor Gil, a bem dizer, no quintal de Teresina, a capital. João Neto de Sousa Mendes, lavrador, homem forte nos seus quarenta anos, foi dar com os costados na Delegacia da Mulher, em Teresina, sob o comando da dura delegada Vilma Alves. Uma queixa da esposa, Francisca Alves da Silva, mulher de seus 35 janeiros, bem maltratados pela vida do campo e pouco zelo do macho velho.

Aos costumes, nada disse.Sob a causa da queixa reclamava da falta de respeito do dito cujo marido que se dava de chumbregação com a cachorra denominada Dengosa, na frente da esposa casada no juiz e no padre.

Interrogado pela autoridade competente disse ser agricultor e eleitor e que era verdade, não tudo, mas grande parte das acusações da mulher.Alegava o marido que a mulher era muito bruta e a cadela era um amor. Presente ao gabinete da delegada,Dengosa, abanava o rabo constantemente para o acusado e rosnava, de maneira ameaçadora para a acusadora. Entre acusações e troca de ameaças, a delegada resolveu dar um basta numa querela tão despropositada que já chamava atenção da reportagem do Vei Bogéa, homem do palitó. É mister registrar que o acusado salientava que a amizade entre ele e cachorra era apenas de dono para cachorra, coisa que a esposa desmentia dizendo que ele transava com cadela. Foi quando o João Neto jurou de joelho que nunca tivera relações com a cachorra e que o delegado podia fazer exame xoxotal da mesma. Chamados a assinar um termo de bom viver, João Neto de Sousa Mendes disse que preferia viver com a cadela, se comprometendo a deixar a casa, o mais tarde, o dia seguinte.Claro que ele e a cachorra Dengosa.

garrinchapiaui
Enviado por garrinchapiaui em 18/10/2006
Código do texto: T267562