AO DONO DA VINHA

Após anos de sucessivas e injustas acusações

Eu vim aliviar as perturbações de quem resguarda enciumado suas uvas

Tal como as chuvas que lhes dão o brilho e viço das feições

Eu vim com boas intenções, tocando com a leveza de quem usa luvas!

Pois nunca quis a remoção das digitais de seu real proprietário

E fui apenas um fiel depositário por insignificantes horas de empréstimo

Ofereci meu generoso préstimo, a fim de alegrar pomar tão vário

E apenas repeti o itinerário para evitar na linda uva algum protesto!

Não há razão de desagravo por dividir o seu vinhedo farto e nutritivo

E nem motivo para temer que seu reinado possa findar

A ética vive a me ensinar que devo respeitar os limites do perigo

E compreender o fogo amigo quando do fruto proibido desfrutar!

Se a uva busca minha fome, que por sinal não lhe rejeita - o que fazer?

Melhor compreender que a noite sempre há de reinar por sobre a lua

Tal como as vezes ela se insinua e permanece até depois do amanhecer

Preciso esclarecer: a uva que eu degusto ainda é sua!

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"A todos os irrefreados maridos, noivos e namorados que lotam minha caixa postal de protestos e acusações. Dou poesia em troca, pois tanta infantilidade mereceria de minha parte uma homenagem à altura"

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 05/04/2011
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