UM MATUTO FAZENDO TERAPIA DE GRUPO - Matéria do Cantinho do Zé Povo - O Jornal de Hoje - Natal - RN - Ed. de 28.mai.2011

É o fim do mundo! Não tem mais o que se inventar. O que danado quer um matuto fazendo terapia de grupo ? Mas, é nisso que dá; a pessoa dar asas à prodigiosidade da sua imaginação... A peste inventa tudo quanto é de “arrumação fulerágica”; e o danado do meu irmãozinho matuto, lá das brenhas dos pés de serra, onde a energia ainda não chegou e nem se fala em televisão; sempre tá por dentro, “qui nem talo de macaxeira e pavio de vela”... Mas, como já enfatizei “n” vezes nesse mesmo espaço, o matuto só “está dentro dos conformes”, quanto é metido a sabido, enxerido, e “atravessado como c... de calango”... É foi uma pérola sobre esse tema, que recebí do meu amigo, o escritor Ruben Guedes Nunes, através de e-mail; uma desses raríssimas pepitas que se encontra nessa Serra Pelada de conhecimentos, chamada internet. Recebí, dei a fonte e tomo a liberdade de “dourar a píula”; ou seja, fazer o “leriado”, para findar com o salto mortal da inteligência do meu irmãozinho do mato, que é sua verve inesgotável e seu prá lá de prodigioso repente... E conta esse causo, no Cantinho do Zé Povo, o de número 461; que um matuto cismou que era um caroço de milho, devido às grandes “carraspanas” que tomava; e não podia ver uma ave de porte maior, como uma franga ou coisa que o valha, que corria logo para se esconder. O patrão, dono da fazenda onde ele morava, comentou o fato com um psiquiatra seu amigo, que o aconselhou a levar seu empregado para fazer uma terapia de grupo, que além de tentar livrá-lo do álcool, com certeza o livraria também da impressão de que era um grão de milho... Tudo certo, depois de um imenso trabalho para convencer o “indivíduo” a ir à sessão da terapia; mas o cara foi. Após mais de duas horas de estrada esburacada e sem asfalto, finalmente chegaram à cidade e ao consultório onde o matutinho seria tratado. E, em lá chegando, haviam, com ele, mais três pessoas reunidas com o terapeuta. O terapeuta, depois de se apresentar aos componentes daquela sessão, pediu que cada um se apresentasse, dizendo o nome, a atividade e que cada um fizesse um comentário por que a exerciam. O primeiro se levanta e diz pausadamente:

- Me chamo Francisco, sou médico porque me agrada tratar da saúde das pessoas e salvar vidas.

Vem o segundo e fala:

- Me chamo Tales, sou arquiteto porque me procupo com a qualidade de vida e o bem estar das pessoas.

A terceira fala:

- Meu nome é Creuza e sou lésbica. Sou lésbica porque adoro peitos e bundas femininas e fico louca só de pensar em fazer sexo com mulheres.

Meu fíi; quando chegou a vez do matuto, ele se levantou, olhou para cada um dos seus colegas e não articulava uma única palavra. O terapeuta, resolveu, então, ir em socorro do nosso querido personagem:

- Vamos, rapaz; se apresente; diga seu nome, o que faz e porque faz.

Aí o matuto desembuchou:

- Dotô, é o seguinte: Meu nome é Rimuardo; eu era pinhão de uma fazenda e mode ais cachaça qui eu bêbo, fiquei achando qui era um caroço de mio e murria de mêdo dais galinha. Mais, dotô; adispôi do qui essa muié falô; eu cheguei à cuncrusão qui eu sô mêrmo é LÉSBICO!...

Bob Motta
Enviado por Bob Motta em 28/05/2011
Código do texto: T2998479
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