É goRda, é gorda, é gorrrrrrrrrrDA!

Edna era a minha inseparável amiga de infância.

Se uma desaparecesse, era só procurar a outra.

Brigávamos muito e jurando, a gente cansou de beijar os dedos em cruz, acrescido de categórico: “eu quero ver a minha mãe mortinha, se eu voltar a falar contigo!”

Só que, no máximo duas horas depois estávamos juntas outra vez e somos boas amigas até hoje!

Certa vez, a minha irmã Estela, 7anos mais velha que nós, tomando as minhas dores, após mais uma das nossas encrencas, deu umas tapas na Edna.

A avó dela, Dona Benedita, baixa e gorda, não gostou. E soube muito bem como agredir a Estela. Com as mãos nas cadeiras disse em alto e bom som:

_Olha aqui, sua gorrrrda, não se meta na briga destas duas. Todo mundo sabe que elas não têm vergonha na cara, vivem brigando, mas uma não desgruda da outra.

A Estela ficou furiosa e também colocou as mãos cintura e respondeu em tom desafiador: “O que foi que a senhora disse?”.

Dona Benedita batendo um pezinho no chão, como quem conta o compasso de uma música, repetiu o que tanto a mocinha desejava dissimular, com cintas e regimes:

_Eu disse que tu és gorda, goRRRRRRda, e GORDA!

Sem esperar resposta, a avó virou as costas e bateu o portão na cara da Estelinha, que simplesmente teve um ataque de riso. E ri até hoje, ao se lembrar da cena.

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 02/06/2011
Reeditado em 02/06/2011
Código do texto: T3010338
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