DE TARADO E DE LOUCO...
Certa vez eu estava em Belo Horizonte e como a gente nunca tem dinheiro sobrando para pagar táxi, entrei em um coletivo. O veículo já estava cheio e foi só entrando gente. Era aquele esbarra e rela, o tal “dá licença”. Eu estava de pé no corredor, olhando a toda hora onde estávamos para não passar do meu ponto.
Mulher bonita nunca esbarra na gente, só os marmanjos e as gorduchas. Em dado momento, entrou uma morena, de corpo escultural, com uma minissaia coladinha, destacando seu bumbum empinado. Seus opulentos e firmes seios quase saltavam fora da blusa. Devido ao empurra, empurra pouco a pouco ela foi chegando perto de mim. Eu pensei:
-Tá melhorando...
Logo ela ficou pertinho de mim, de vez em quando ela roçava seus seios no meu ombro. Ninguém é de ferro... Depois chamam a gente de tarado... Fiquei fazendo raios x no corpo da morena, literalmente vendo os detalhes de seu corpo. Eu parecia jacaré chocando os ovos. Meu libidinoso devaneio foi interrompido bruscamente: em dado momento, um pedestre imprudente passou na frente do ônibus e o motorista brecou violentamente provocando quedas e impropérios dentro do veículo. A morena com a freada escorregou a mão do corrimão do veículo e deu-me um violento tapa no rosto, com todo o peso de seu corpo.
Fiquei meio atarantado, com o rosto ardendo sem saber o que fazer. A moça quase chorando disse:
-Me perdoa moço, foi sem querer, me desculpe, eu não tive culpa...
Eu com o rosto em brasa, só depois de certo tempo consegui dizer:
-Preocupa não morena, pelo que eu estava pensando com você, até que o tapa foi merecido...
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