Teatro rimado II

Todo Mundo em Panico III

CAIPIRA: I aí, cumpadi!

Cumé que tá a cidade?

Cumé que anda as campanha desse ano,

Pra eleição das nossas autoridade?

URBANO: Salve, salve meu camarada.

Como tá vossa excelência?

Esse ano tem mulher

Disputando a presidência.

CAIPIRA: Mais óia só que novidade, né?

Já imagino até o discurso:

“É hora de mudança,

chegou a veis da muié”,

Pode até mudá de sexo,

mais a justiça será que muda?

Acredite quem quisé.

URBANO: É isso ai meu irmão,

Começou outra vez a discussão;

Vamos nos preparar

Pra mais uma eleição.

Vamos fazer a escolha certa

Pra não ter decepção.

CAIPIRA: Tu tá certo cabra da peste,

É só cunfiri bem as proposta

E vê quem passô no teste,

Na verdade, quem “errô” menos nas última gestão,

É que vai governar por quatro anos,

Nossa querida nação.

URBANO: Mas tem pelo menos uma mudança,

Pra essa nova campanha,

Quem tiver com o nome sujo,

Eleição nenhuma ganha.

CAIPIRA: É verdade companheiro;

Dessa aí fiquei sabendo,

É o tar do projeto ficha limpa,

Que pra esse ano já tá valendo,

Temo que ficá de oio,

Nos trambique que tão fazendo.

URBANO: Tem uns truta gente boa,

Se a galera souber escolher,

E num entrar gente à toa,

O Brasil pode crescer

E o pobre que tanto soa,

Tem mais chance de sobreviver.

CAIPIRA: Essa é a minha esperança,

Pra tentá miorá de vida,

Um governo mais honesto,

Ia dá uma desenvolvida,

Nesse país que é tão rico.

Aí no prato dos sertanejo num ía faltá comida.

URBANO: Se continuar assim,

Nosso Brasil atola,

Os moleques da favela,

Estão todos sem escola,

E os pais que não tem emprego,

Vai pra rua pedir esmola.

CAIPIRA: Lá no sertão é assim,

É difícil pra estudá,

As escola é tudo longe,

E num tem ônibus pra levá;

Sem contá que a maioria,

Vai pra roça trabalhá.

URBANO: Se tem trabalho tá bom,

Aqui na cidade é pior,

Como falta educação,

Os moleques ficam de bobeira,

E acaba virando ladrão.

CAIPIRA: Vixi, cumpadi;

Mas que situação é essa?

Se avexe não, bichinho;

Dessa vez agente acerta;

Vamo votá com consciência,

Que a corrupção cessa.

URBANO: Só consciência num adianta;

Tô cansado dessa conversa,

Tem que ter organização,

Pra eleger a pessoa certa,

Se todo povo se unir

Agente acaba com a festa,

Desses políticos corruptos

Que se elege e esquece as promessas.

CAIPIRA: É isso aí minha gente,

Aquele que for mais intendido,

Vamos fazê a frente,

Pra nóis puder acertar,

A escoia do presidente.