Palhaço Sucatão IV

"E ele pensou que todos

riam da sua graça,

quando na verdade sua cara palhaça

é que animava o público hipócrita;

E a sina, sua saga incoerente.

Ardia na fronde cansada

uma alma fadigada e demente...

E a sua fala insípida fazia

qualquer um sorrir.

E ele também por fim acabava rindo.

Rindo por rir...

O vermelho nariz dentre

as calçadas da fama.

Ou não seria o pobre aprendiz

ao se olhar no espelho

e só enxergar lama?

A auto-estima do palhaço está em baixa...

E a sua saúde também se compromete...

As costelas, os ombros os braços...

Tudo dói! Pobres palhaços!

Lutando por uma vida que nada constrói!

E quem são os reis do picadeiro?

Quem é essa classe plebéia?

Esse povo humilhado?

Ninguém faz idéia de quem seja

o esquecido proletariado...

Porque muitos se esqueceram

do povo trabalhador.

Povo bom, povo forte,

povo sem amor..."

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 06/12/2006
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