Palhaço Sucatão IV
"E ele pensou que todos
riam da sua graça,
quando na verdade sua cara palhaça
é que animava o público hipócrita;
E a sina, sua saga incoerente.
Ardia na fronde cansada
uma alma fadigada e demente...
E a sua fala insípida fazia
qualquer um sorrir.
E ele também por fim acabava rindo.
Rindo por rir...
O vermelho nariz dentre
as calçadas da fama.
Ou não seria o pobre aprendiz
ao se olhar no espelho
e só enxergar lama?
A auto-estima do palhaço está em baixa...
E a sua saúde também se compromete...
As costelas, os ombros os braços...
Tudo dói! Pobres palhaços!
Lutando por uma vida que nada constrói!
E quem são os reis do picadeiro?
Quem é essa classe plebéia?
Esse povo humilhado?
Ninguém faz idéia de quem seja
o esquecido proletariado...
Porque muitos se esqueceram
do povo trabalhador.
Povo bom, povo forte,
povo sem amor..."