O VALOR DA LETRA R
O VALOR DA LETRA R
AYRES KOERIG
Há muitos anos atrás,
Foram feitas coisas boas,
Não sei se em Minas Gerais,
Ou pras bandas de Alagoas.
Só sei que o acontecimento,
Entre um velho e uma mocinha,
Transformou-se em casamento,
Dado as terras que ele tinha.
Citarei deles os nomes:
O velho era José Doca...
Não sei se eram cognomes,
Mas a mocinha a Maroca.
Deu-se o acontecimento,
O Neco foi o juiz...
Que lavrou o casamento,
Na página número xis.
Tire de si seu complexo,
Se velha é a história não berre!
Só podiam fazer sexo,
Nos dias com letra erre!
Assim só nas terças-feiras,
Juntos iam para o leito...
E também nas quartas-feiras,
Pelos dois foi isso aceito.
Durante os primeiros meses,
Vejam que grande maldade...
Ela tinha muitas vezes,
Vontade... mas só vontade!
Até que num belo dia,
Isso é o que da história importa;
Encheu-se de valentia,
Batendo na outra porta.
Sentiu que, um certo alguém,
Lá de dentro lhe dizia:
-- Menina qual é o porém?
Hoje não, no’é nosso dia!
-- Faltam dois dias ainda!
Fica quietinha e não berre...
Tu não estás vendo menina,
Que sábado não tem R ?
Ela assim foi retrucando:
-- Abre essa porta José!
Você não está regulando,
Hoje é SÁRBADO, ou não é?