O VALOR DA LETRA R

O VALOR DA LETRA R

AYRES KOERIG

Há muitos anos atrás,

Foram feitas coisas boas,

Não sei se em Minas Gerais,

Ou pras bandas de Alagoas.

Só sei que o acontecimento,

Entre um velho e uma mocinha,

Transformou-se em casamento,

Dado as terras que ele tinha.

Citarei deles os nomes:

O velho era José Doca...

Não sei se eram cognomes,

Mas a mocinha a Maroca.

Deu-se o acontecimento,

O Neco foi o juiz...

Que lavrou o casamento,

Na página número xis.

Tire de si seu complexo,

Se velha é a história não berre!

Só podiam fazer sexo,

Nos dias com letra erre!

Assim só nas terças-feiras,

Juntos iam para o leito...

E também nas quartas-feiras,

Pelos dois foi isso aceito.

Durante os primeiros meses,

Vejam que grande maldade...

Ela tinha muitas vezes,

Vontade... mas só vontade!

Até que num belo dia,

Isso é o que da história importa;

Encheu-se de valentia,

Batendo na outra porta.

Sentiu que, um certo alguém,

Lá de dentro lhe dizia:

-- Menina qual é o porém?

Hoje não, no’é nosso dia!

-- Faltam dois dias ainda!

Fica quietinha e não berre...

Tu não estás vendo menina,

Que sábado não tem R ?

Ela assim foi retrucando:

-- Abre essa porta José!

Você não está regulando,

Hoje é SÁRBADO, ou não é?

Ayres Koerig
Enviado por Ayres Koerig em 26/07/2011
Código do texto: T3119076
Classificação de conteúdo: seguro