Seu Dedé o Coveiro.

Seu Dedé, quando jovem foi coveiro da prefeitura de sua cidade natal, conta ele, que na época o prefeito era um antigo coronel que para apagar a imagem de matador e contraventor das leis candidatou-se a prefeito e por maioria fora eleito, então bolou uma estratégia de administração que consistia em agradar o eleitorado para manter-se sempre no poder. Por conta disso ele deixou bem claro que era uma pessoa justa e bondosa fazendo caridade.

Determinou o prefeito que durante a semana ele atenderia seu eleitorado as 16:00, atendendo aos pedidos desde que:

Segunda feira: só daria telha de fibrocimento;

Terça feira: cimento;

Quarta feira: aterro;

Quinta feira: caixão;

Sexta feira: cesta básica.

Nisso, chega até a prefeitura numa terça feira um eleitor que havia perdido a mãe na segunda feira e ele precisava de um caixão para enterrá-la, mas, como era terça o prefeito disse logo:

-O meu filho, hoje é dia de cimento, caixão só na quinta feira, tá sem jeito para seu problema, você sabe que sou bondoso e justo, mas hoje é só cimento.

Argumenta o eleitor: mas seu prefeito, mainha morreu ontem, se não enterrar agora o negocio não vai prestar!

- Não tem jeito meu filho, só quinta dou o caixão!

Insiste o eleitor aflito:

-Então será que o prefeito podia me dá pelo menos dois reais?

-Mas e pra que o senhor quer dois reais?

-É que vou comprar de sal para sargar mainha pra ver se ela agüenta até quinta feira.

Macapá-AP, 08/09/11

Bert Noleto.

Bert Noleto
Enviado por Bert Noleto em 08/09/2011
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