O Milagre de Mona

Que m.!
Endoideci.
Cadê as chaves do carro? Procurei por toda a casa. Mexi em todas as bolsas (que são muitas). O dia estava lindo, convidativo para uma caminhada, mas não fora suficientemente forte para convencer-me. Preferi passear de carro. Feriado é para descansar, não queria caminhar, assim eu me cansaria e, no dia seguinte, não poderia dizer que o feriado fora bom. Não é isso que todos dizem? Tomei um copo d'água e retomei a maratona dentro de casa. M.,m.,m., repeti várias vezes. Desisti de sair. Decidi passear pelo mundo virtual. Sentei-me em frente ao notebook. Olhei a cadeira ao lado e vi a Mona Lisa apoiada no encosto, de cabeça para baixo. Coitadinha, há dias está naquela posição esperando que eu a coloque em uma moldura. Olhei-a e falei: "Se me ajudar a achar as chaves, prometo que tiro-a desta posição de bananeira." Tive a impressão de que ela rira de mim. Voltei-me para o teclado, e, milagre! As chaves do carro estavam ao lado do notebook. Antes de dizer novamente várias m. para as chaves que estavam ali, num lugar óbvio (parece-me que às vezes subestimamos o óbvio), olhei para Mona, agora santa Mona, e disse-lhe: obrigada! Não acendi vela, mas tirei-a da posição de bananeira.
Maria Inez Flores Pedroso
Enviado por Maria Inez Flores Pedroso em 31/10/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3309687
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